O que você faria com estátuas controversas?

Maioria dos leitores sugere que sejam colocadas em museus

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Nesta semana, a Folha perguntou aos leitores o que fariam com estátuas controversas se eles fossem governantes. Leia as propostas abaixo.


Se eu fosse governante, a primeira estátua ou monumento que faria seria para Zilda Arns, que deixou seu legado para gerações de brasileirinhos com seu programa de ajuda alimentar às famílias carentes. Estátuas como a de Borba Gato são quase um tapa na nossa cara, um sinal para lembrar à população negra o domínio brutal sobre sua gente. Devemos erguer monumentos para indivíduos que marcaram suas e nossas vidas pelas boas ações.
Marlise de Fátima de Oliveira Julião (Nuremberg, Alemanha)

A médica pediatra Zilda Arns - Reprodução/Instagram


Eu colocaria a estátua de Borba Gato em um museu, pois, ainda que seja um monumento à barbárie, deve ser preservado para que não venhamos a repetir os erros do passado. Museus em todo o mundo cumprem essa função, como o Memorial do Holocausto, em Berlim (Alemanha), o Parque Memorial da Paz de Hiroshima (Japão) e o Museu da Memória e dos Direitos Humanos no Chile. Se legitimamos hoje o ato de incendiar estátuas, o que nos impedirá de no futuro queimarmos livros, como na obra "Fahrenheit 451"?
Fabio Martinez Serrano Pucci (São Paulo, SP)

Eu criaria uma sinalização específica para ser colocada ao lado dessas estátuas, para indicar que a homenagem pode estar datada. Junto ao sinal, poria uma placa com a contextualização histórica do personagem e da obra e explicitando que valores expressos por ambos podem estar em desacordo com as ideias modernas.
Rafael Dayan Escobar Nunes (Brasília, DF)

É importante ver se há nas cidades uma diversidade de monumentos ou se predomina a existência de figuras como Borba Gato, que exploraram a massa para "alcançar triunfos para o país"? Mas o mais importante é expor com clareza a história. E, se não é possível haver equilíbrio na diversidade desses monumentos, o melhor é que fiquem em museus.
Vanessa Tavares Fortino (São Paulo, SP)

O pedestal do Borba Gato após o fogo - Celso Luix/Futura Press/Folhapress


Se eu fosse governante, enviaria esse tipo de estátua para museus, para não nos esquecermos dessa parte da nossa história. E faria mais homenagens para indígenas e escravos. Mas confesso que não achei certo terem posto fogo no Borba Gato. Isso não muda o passado.
Yasmin Tabaja, 14 anos (São Paulo, SP)

Concordo com os ativistas que queimaram a estátua do Borba Gato em São Paulo. Temos muitas estátuas que representam pessoas que fizeram mal para outras pessoas, mas quase nenhuma estátua representando indígenas ou escravos que sofreram por conta dos bandeirantes. Se fosse governante, faria estátuas para representar essas pessoas.
Cecilia Porto Jacob, 14 anos (São Paulo, SP)

Se governante, eu retiraria as estátuas polêmicas das ruas e as enviaria para estádios de futebol que não são mais utilizados e ali criaria museus, onde elas seriam objeto de estudo para escolas.

Cleonildo Sena Santos

São Paulo, SP



Penso que as estátuas desses personagens coloniais controversos poderiam ser depositadas em um tipo de museu-necrotério, seria o Museu Cemitério de Mitos Coloniais. Significaria o enterramento de valores e comportamentos representados por esses personagens coloniais racistas. A história deve ser colocada em seu devido lugar, mas não apagada.
Josiane Cristina Martins (Belo Horizonte, MG)

Se eu estivesse no comando de uma cidade, informaria os cidadãos sobre o significado de cada estátua e enfatizaria seu contexto histórico —quando foi erguida, por que, na gestão de quem etc. A partir daí, criaria consultas populares para decidir se elas deveriam ficar no espaço público ou ir para um museu, onde seria contada toda a sua história.
Adriana Monti (San Jose, Califórnia)

É uma falácia usar guerras do passado para ataques racistas no presente. Se eu fosse governante, enquadraria os agressores na lei do terrorismo e racismo.

Fabiana Pereira

São Paulo, SP



Valorizar a memória é entender o passado para mudar o futuro. A estátua de Borba Gato em chamas é símbolo de uma memória que foi (re)conhecida e ressignificada a partir da dor dos homens e mulheres descendentes de povos que foram dizimados pela cultura colonial. Essas figuras, porém, já foram valorizadas em outro contexto. Eu levaria essas estátuas para museus, onde suas histórias seriam contadas a partir de uma perspectiva mais inclusiva e democrática.
Damiany Coelho (Belo Horizonte, MG)

Bolsonaro x STF
"Bolsonaro diz que pedirá ao Senado abertura de processo contra Barroso e Moraes" (Poder, 14/8). A tática bolsonarista, mistura de nazifascismo com vigarice miliciana, é a da arruaça permanente, para manter a militância unida com ataques constantes às instituições até que se forjem circunstâncias propícias a um golpe. O apoio de alguns militares oportunistas eles já têm.
José Pinheiro (Rio de Janeiro, RJ)

Seria mais prudente o presidente não ficar falando em impeachment; o Arthur Lira pode acordar.

Natanael Batista Leal

Brasília, DF

Finalmente o presidente decide fazer o óbvio. O manejo está dentro das quatro linhas da Constituição Federal. Ele tem o peso político e o povo ao seu lado. A jogada é arriscada, mas tem plenas condições de dar certo.
Plinio Góes Filho (Maceió, AL)

Sugiro ao presidente do Senado, senador Eduardo Pacheco, que, caso esse pedido de Bolsonaro de fato aconteça, ele seja guardado em alguma gaveta daquela casa por cem anos. Apenas uma questão de equidade.
Jayme Kopelman (São Paulo, SP)

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