Só pegação? Leitoras mostram que amor de Carnaval duradouro é possível

Folia de aposentada rendeu namoro, casamento, três filhos e quatro netos

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Americana (SP)

Pouca gente associa o Carnaval a histórias de amor duradouras, mas para leitoras da Folha essas são as melhores lembranças que têm das festas carnavalescas.

"Minha melhor lembrança foi ter conhecido um rapaz e namorado com ele num domingo de Carnaval. Depois nos casamos, tivemos três filhos lindos e hoje temos quatro netos, uma nora e dois genros", contou a aposentada Maria Betânia Ramos Montenegro, 61, de João Pessoa (PB).

"Vivemos muitos anos junto. Hoje cada um segue sua vida, porém permanecemos amigos, em nome da família linda que construímos!"

"Carnaval de 2010. Estava lá dançando, um cara chegou em mim e perguntou algo, eu não entendi e disse "Que?" Ele repetiu e eu "Que?" Ele tornou repetir; eu, já com vergonha de não ter escutado, só concordei com a cabeça e ele me lascou um beijão", contou Nathalia Milla, 31, de Penápolis (SP).

"Amanhã faz 12 anos que estamos juntos!", comemorou a designer.

Fotografia colorida em primeiro plano mostra dois homens de perfil tocando os lábios em um beijo; eles têm barba e estão fansiados de mulher, com roupas cor-de-rosa
Foliões dão "selinho" no bloco Chá da Alice, no Rio - Lucas Landau - 5.fev/Reuters

Natural de Caracas, na Venezuela, a pesquisadora Francismar Ramírez, 46, guarda na lembrança seu primeiro Carnaval brasileiro ficou marcado na lembrança.

"Foi em Brasília, com muitas pessoas celebrando pelo Eixão ou por ruas da Asa Sul. Os brasileiros não costumam associar Brasília com Carnaval, mas foi nessa cidade que abracei (e adotei) a celebração ao estilo brasileiro: com o burburinho espontâneo de foliões de todos os cantos do país. Obrigada pelo presente, Brasil."

"Anos depois vivi um Carnaval na Sapucaí, mas esse tipo de celebração _embora magnífica, alegre, massiva e sofisticada _ tem outro objetivo", ponderou.

Já para a engenheira civil Odete Santos 64, a melhor lembrança de Carnaval é da infância, entre as décadas de 1950 e 1960.

"Minha mãe fez nossas fantasias de palhaço, eram macacões com mangas compridas e tecido vermelho, e meu pai nos levou para ver o desfile, em Barra Mansa (RJ), onde nasci. O desfile era na rua, e eis que um palhaço mexe comigo e me pede uma bolacha do pacote que eu comia. Eu me retraí e não dei, e o palhaço se foi. Meu pai falou: 'Dá pra ele uma bolacha, eu corri atrás dele e lhe dei."

"Nunca esqueci da cena, da roupa, do cheiro de roupa nova, e do carinho dos meus pais. É muita saudade! Meu pai sempre nos levava em desfiles de bairro...e eu adoro até hoje!"

A administradora de empresas Lucilene Ramos, 40, de São Paulo (SP), contou como se perdeu dos amigos no Carnaval de rua em Caxambu (MG) e se viu sozinha no bloco.

"Eu não sabia o endereço do hotel, nem como ia voltar, mas não adiantava desesperar, era Carnaval. Então fui paro meio da multidão dançar e fazer novos amigos, porque Carnaval é assim, festa, união, alegria. Pulei e abracei gente que não conhecia, que depois viraram minha nova turma. Foi marcante, sensacional."

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