Leitores contam como se decepcionaram com ídolos

"Amo a Taylor, mas ela deixou tanto a desejar" após morte de fã, diz estudante

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Admirava muito Eric Clapton como músico e fiquei muito comovida com sua biografia —sua trajetória na batalha contra drogas e álcool me comoveu muito. Mas sua absurda posição contra a vacina da covid foi surreal e, desde então, nunca mais gostei de ouvir sua música. Negacionista irresponsável.
Cassia Lafeta, 60, engenheira agrônoma (Belo Horizonte, MG)

Imagem projetada no Cristo Redentor dá boas-vindas à cantora Taylor Swift antes das apresentações da "The Eras Tour" no Rio - Florian Plaucher - 17.nov.23/AFP

Por toda minha vida admirei o grupo Pink Floyd. Comprei discos, decorei letras por vezes dificílimas. Mas recentemente descobri que um dos integrantes, Roger Waters, é antissemita. Decepção total de um fã que por décadas venerou o grupo.
Alexei Wisnerowicz, 63, empresário (São Paulo, SP)

Me senti decepcionado com Chet Baker, de quem continuo fã, apesar de tudo. Acredito que tenha conseguido separar a vida pessoal da obra. Me decepcionei com ele ao ler algumas biografias e livros de cartas e perceber que ele explorava as mulheres com quem se relacionou —em tese, para bancar seu vício por heroína. Essa é uma face dele de que não gosto. No entanto, continuo ouvindo seus discos e não pretendo deixar de ouvi-los.
José Bento Souza Vasconcellos dos Santos, 60, professor de geografia (Inconfidentes, MG)

Sou um fã inveterado da banda oitentista The Smiths. Passei a adolescência ouvindo as letras do Morrissey, vocalista, em razão de abordarem a sensação de estranheza ante a sociedade, o autoritarismo e o neoliberalismo nos anos de governo de Margaret Thatcher, e pela promoção da liberdade intelectual e sexual. Para a minha surpresa, já faz alguns anos que Morrissey, há muito em carreira solo, vem se posicionando de modo antagônico. Além de ter manifestado apoio a partidos e líderes políticos de extrema direita, já fez declarações públicas racistas e negacionistas. Tento cotidianamente separar a pessoa do artista. Confesso que não é fácil. Sua obra musical, todavia, continua brilhante.
Yuri Resende, 26, doutorando em história (Rio de Janeiro, RJ)

Fábio Jr., em um show em Miami, disse palavrões sobre a então presidente Dilma. Achei desnecessário e desrespeitoso. Sou ex-fã.
Izaira Koldenhof, 64, aposentada (São José do Rio Preto, SP)

J. K. Rowling é transfóbica.
Amanda Freitas Gusso de Souza, 26, advogada (Curitiba, PR)

Monteiro Lobato, com suas obras, fez parte de minha infância. Com a maturidade, percebi o quanto é execrável. Ideias nojentas, expressões racistas, preconceitos ensinados de forma lúdica... Deveria ser ensinado em idade mais avançada, mostrando como ideias assim são perigosas para a sociedade.
Lara Felix Pinheiro, 42, funcionária pública (Juiz de Fora, MG)

Woody Allen. Meu cancelado favorito. Um misto de sentimentos, mas não consigo deixar de adorar todos os seus filmes e a sua genialidade.
Eduardo Paco, 34, advogado (São Paulo, SP)

Artistas não têm obrigação de agradar. Mas Lobão se tornou um chato quando resolveu atacar a música brasileira com uma visão homofóbica. Que grande desprazer.
Paul Constantinides, 64, professor, músico e fotógrafo (Jacareí, SP)

A morte da Elis Regina, ou melhor, a causa da morte, foi uma grande decepção.
Gildázio Garcia Vitor, 63, professor (Ipatinga, MG)

Quando eu tinha 7 anos, estava num avião entre São Paulo e Belém. Em uma escala, entraram os Trapalhões. Como todas as outras crianças, fiquei superanimado. Me levantei sorrindo e, exceto pelo Zacarias, nos ignoraram completamente.
Paulo André C. Guedes, 44, engenheiro de software (São Paulo, SP)

Na pandemia, Harry Potter bombava no TikTok e outras redes. Após consumir muito conteúdo da saga, vi os comentários homofóbicos da J. K. Rowling e fiquei muito decepcionada. Esperava muito mais da escritora de um dos melhores livros que eu já li. Também amo a Taylor, mas ela deixou tanto a desejar na reação à morte da Ana Benevides.
Júlia Zanellato, 13, estudante (Cariacica, ES)

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