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O ano do podcast na Folha

Editor fala sobre a boa fase do jornalismo em áudio em 2019

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São Paulo

O rápido crescimento da produção e do consumo de podcasts no Brasil faz com que há algum tempo se celebre cada ano que passa como “o ano dos podcasts” no país. Assim foi dito a respeito de 2018, de 2017, e de antes disso.

De tão repetida a expressão —e 2019, é o novo ano dos podcasts?— é usada em tom de gracejo, mas vamos lá: este ano que caminha para o fim é sem dúvida um marco para a produção de jornalismo em áudio na Folha.

As sementes foram plantadas antes, sobretudo no ano passado, quando produzi, com Victor Parolin, o Presidente da Semana. Dedicado a contar a história de todos os presidentes do Brasil, o programa acumula mais de 5 milhões de acessos em seus 29 episódios.

Os bons números do podcast presidencial deram força a uma proposta feita ainda no começo de 2018: um programa diário de notícias. O plano ganhou tração com uma parceria com o Spotify, e em 1º de janeiro de 2019 estreou o Café da Manhã, apresentado por mim e Magê Flores.

Acessível pelo Spotify e pelo site da Folha, o Café, para os íntimos, conta de maneira direta e acessível o fundamental do noticiário. Conciliando leveza na narrativa e o rigor do jornalismo da Folha, navegamos pelos principais acontecimentos de 2019, como as novidades e controvérsias do novo governo brasileiro e as convulsões políticas e sociais pelo mundo.

O ouvinte do Café teve acesso em um novo formato aos principais conteúdos produzidos no ano pelo jornal: a série especial sobre desigualdade e o GPS eleitoral; conversas com Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Sergio Moro e Nicolás Maduro; as informações, análises e opiniões de Clóvis Rossi, Patrícia Campos Mello, Antonio Prata, Ana Estela de Sousa Pinto, Mônica Bergamo, Reinaldo Azevedo, Sylvia Colombo, João Pereira Coutinho e Alexa Salomão, entre outros.

Retrato dos jornalistas Magê Flores, Thomé Granemann e Rodrigo Vizeu, editor de Podcasts da Folha
Os jornalistas Magê Flores, Thomé Granemann e Rodrigo Vizeu, editor de Podcasts da Folha - Jardiel Carvalho/Folhapress

Investimos, por vezes com apoio de colegas da Redação, em conteúdo exclusivo em áudio. Fizemos gráficos sonoros. Fomos a um clube de tiro para debater a flexibilização do acesso a armas. Trouxemos ex-presos da Lava Jato ao estúdio. Testemunhamos como é viver 100% offline —ou totalmente online. Relacionamos passado e presente para falar dos 50 anos da fantástica viagem humana à Lua e dos 130 anos da combalida República brasileira. Fizemos três episódios com plateia.

O Café se tornou o segundo maior podcast do Brasil no ar no Spotify, com 77% da audiência formada por ouvintes com menos de 34 anos. Uma das maiores alegrias da equipe que o produz é acompanhar o constante retorno do público, com elogios, críticas e sugestões —em alguns casos, são pessoas que começam a se relacionar com o jornalismo profissional. “Eu me sinto muito maduro ouvindo o Café da Manhã” é um comentário não exatamente raro.

O que começou com uma produção de podcasts em ritmo de guerrilha lá atrás se consolidou em 2019 em uma editoria com jornalistas trabalhando exclusivamente com áudio, e em outros nove produtos além do Café.

Todo esse material sonoro é editado por Thomé Granemann, à frente do design sonoro do Café da Manhã, e Renan Sukevicius, que, além de editar, produz e apresenta o Todas as Letras, sobre diversidade, e 40 Semanas, sobre gravidez (com Melina Cardoso).

Sob coordenação da editoria de podcasts, jornalistas da Folha produzem programas como Expresso Ilustrada, que trata de cultura; Ilustríssima Conversa, de entrevistas com autores de não-ficção; Bola de Chumbo, sobre futebol e política; Do Lado Direito do Peito, a respeito da direita; e Folha na Sala, sobre educação, feito em parceria com o Itaú Social.

De olho na ascensão do conteúdo acessado via comando de voz em smartphones e alto-falantes, produzimos ainda um boletim diário em áudio com um resumo das notícias do dia, com edições no começo da manhã e no fim da tarde.

No ano que vem, tem nova temporada do Café da Manhã e mais projetos no forno. Só posso imaginar que 2020 será o ano dos podcasts no Brasil —e na Folha.

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