As suspeitas sobre o contrato firmado pelo Ministério da Saúde para a compra de doses da vacina Coxavin fez a CPI da Covid entrar em uma outra fase, de acordo com o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
“Estamos chegando à conclusão de que, na verdade, não se tratava de ideologia, não se tratava de negacionismo, não se tratava de nada disso. Era tudo o velho esquema de corrupção historicamente presente nas estruturas de poder do Brasil”, diz o senador, em entrevista ao podcast Café da Manhã.
Na sexta-feira (25), em depoimento aos senadores, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) disse que, quando levou as suspeitas de irregularidades na compra da vacina Covaxin a Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente teria respondido que isso era “coisa do Ricardo Barros” —o líder do governo na Câmara. A revelação coloca o deputado do PP no centro das suspeitas de fraude.
Miranda afirmou ainda que o presidente teria dito que acionaria a Polícia Federal. A PF informou, no entanto, que não existe nenhum inquérito aberto naquela época para apurar a compra da vacina. “O próprio presidente da República tem conhecimento do que está em curso e não se mexe, não se mobiliza. O crime de prevaricação, no meu entender e no entender da maioria dos membros da CPI, já está caracterizado. O aprofundamento das investigações é para saber se existem outros crimes além deste”, diz o senador.
No episódio desta segunda-feira (28), o Café da Manhã entrevista o vice-presidente da CPI da Covid. O senador Randolfe Rodrigues fala sobre a nova fase de investigação e sobre o peso que a CPI vai dar pra suspeita de corrupção no contrato da Covaxin.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando abaixo. Para acessar no aplicativo basta se cadastrar gratuitamente.
Ouça o episódio:
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Bruno Boghossian e Magê Flores, com produção de Juliana Deodoro e Victor Lacombe. A edição de som é de Laila Mouallem.
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