Dias depois de a Polícia Federal deflagrar uma operação para investigar um suposto esquema de fraude em registros de vacinação que teria beneficiado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os caminhos jurídicos que o caso pode tomar começam a ficar mais claros —conforme se desenham também as possíveis estratégias de defesa dos envolvidos.
Como a Folha mostrou, os advogados de Bolsonaro contam com a admissão do tenente-coronel Mauro Cid, aliado próximo do ex-presidente e apontado como principal articulador do esquema. A tentativa deve ser de desvincular o político do caso, ante a robustez dos elementos apresentados pela PF sobre a existência do esquema.
A defesa de Cid, que afirma que o militar não cometeu irregularidades, também já falou em isentar o ex-presidente. A operação teve como origem justamente evidências encontradas no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que teve o sigilo quebrado em outra investigação.
A ligação dessa apuração —no âmbito do inquérito das milícias digitais no Supremo Tribunal Federal— com o caso das fraudes nos cartões de vacinas também pode representar um flanco de questionamento jurídico. O ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito, defendeu a conexão para assumir o caso, mas tem o argumento questionado por advogados.
O episódio desta segunda (8) do Café da Manhã detalha o que significam as provas e os indícios que a PF tem até aqui. O advogado Rafael Mafei, professor da Faculdade de Direito da USP, ainda analisa as perspectivas jurídicas para os envolvidos.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Laila Mouallem e Priscila Camazano. A edição de som é de Raphael Concli e Laila Mouallem.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.