Uma pesquisa do projeto Fairwork divulgada nesta semana apontou que nenhuma plataforma de entregas, transporte e outros bicos garante o pagamento mínimo de R$ 6 por hora aos trabalhadores, valor definido por lei. O levantamento mostra um cenário de precarização até nos aplicativos criados com a proposta de serem mais justos.
Desde 2014, quando as plataformas digitais de trabalho entraram no Brasil, elas têm crescido ano a ano, com cada vez mais trabalhadores: uma pesquisa deste ano do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) estima que são mais de 1,6 milhão de pessoas.
Já as mobilizações que tentaram garantir direitos e proteção social para esses e outros autônomos avançaram pouco. A iniciativa mais recente partiu do governo federal. Em primeiro de maio, o presidente Lula anunciou a criação de um grupo para discutir o tema e sugerir algum tipo de regulamentação para o setor —os debates estão em andamento.
O episódio desta quinta-feira (27) do Café da Manhã debate as condições de trabalho em aplicativos e a luta por direitos e proteção nesse setor. O programa entrevista Claudia Rebechi, professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná e uma das coordenadoras do projeto Fairwork no Brasil, e o cientista político Caetano Patta Barros, professor do curso de gestão de políticas públicas da USP. Barros analisa o que esse modelo de "uberização" significa para a economia.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gustavo Simon e Magê Flores, com produção de Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Raphael Concli.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.