Em discurso de abertura das atividades legislativas, o presidente do Congresso, Eunício Oliveira (MDB-CE), vai defender uma agenda de melhorias em segurança pública.
Eunício deve abordar a necessidade de os parlamentares darem continuidade à aprovação de medidas econômicas este ano. Porém, ele deve deixar de fora de sua fala a
reforma da Previdência, uma das principais propostas do governo de Michel Temer para este ano.
Mesmo com dificuldades para obter a quantidade mínima de 308 votos, o governo quer aprovar a medida ainda este mês na Câmara.
O Congresso inicia as sessões na próxima segunda-feira (5) em sessão conjunta da Câmara e do Senado, marcada para 17h. Durante o evento está prevista ainda a entrega de uma mensagem do presidente Michel Temer, que deve ser levada por algum de seus ministros.
Candidato à reeleição ao Senado pelo Ceará, o emedebista realizou nesta última semana uma agenda entre o governador de seu Estado, Camilo Santana (PT), e Temer para discutir
problemas em presídios locais. Uma briga entre presos deixou dez mortos esta semana.
A pauta de segurança pública foi destacada como prioridade por Eunício no início do segundo semestre de 2017, mas o Senado não apresentou um cronograma de pautas e prioridades sobre o tema.
APELO ELEITORAL
O tema também é de interesse do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cujo Estado vem enfrentando uma forte crise de segurança. O assunto tem apelo eleitoral, especialmente num momento em que Maia tem dado sinais de que
pretende disputar a Presidência da República nas eleições de outubro.
Eunício tem evitado se comprometer com a reforma da Previdência publicamente. Em conversa esta semana com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, ele disse que o tema ainda está restrito à Câmara e que entende a importância do assunto, mas que aguarda a votação dos deputados para se posicionar.
A reforma da Previdência deve ser ainda alvo de protestos da oposição. O PT e outros partidos de esquerda, como PDT, PSOL, Rede e PC do B organizam um ato para a tarde de terça-feira (6) na Câmara dos Deputados.
O evento de terça deverá ainda servir de desagravo sobre o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi condenado na semana passada em julgamento realizado no TRF da 4ª Região. A confirmação da pena em segunda instância abre espaço para que Lula seja impedido de concorrer à Presidência da República em outubro.
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