Descrição de chapéu stf

Temer pedirá ao Supremo acesso à decisão de Barroso sobre quebra de sigilo

Presidente disse que pediu ao BC os extratos de suas contas bancárias e que os divulgará

Brasília
O advogado criminalista Antonio Claudio Mariz, que defende o presidente Michel Temer, ingressará com petição para ter acesso a cópia do despacho do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso.
O presidente da República, Michel Temer, em reunião com governadores
O presidente da República, Michel Temer, em reunião com governadores - Marcos Corrêa - 1º.mar.2018/PR
 
Ele informou ao emedebista que apresentará o pedido nesta terça-feira (6) e que não recorrerá da decisão de quebra do sigilo bancário do presidente. O receio da equipe presidencial é de que um recurso passe a mensagem pública de que ele quer esconder informações.
 
Na segunda-feira (5), Temer informou que pediu ao Banco Central acesso aos extratos de suas contas bancárias e que as divulgará aos veículos de imprensa. A abertura dos dados financeiros foi solicitada no rastro da investigação de eventuais irregularidades cometidas na edição de um decreto do setor portuário.
 
Essa é a primeira vez que um presidente do país tem os seus dados financeiros abertos por decisão judicial durante o exercício do mandato. O período da quebra do sigilo é de janeiro de 2013 a junho de 2017.
 
Os extratos bancários serão organizados pela própria defesa do presidente, que pretende divulgá-los aos veículos de imprensa até o final desta semana.
 
A defesa do presidente avalia que não há fundamentos ou elementos que deem sustentação para a quebra do sigilo. Em entrevista à imprensa, nesta terça-feira (6), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que a decisão de Barroso é abusiva e absurda.
 
Segundo ele, Temer não irá apresentar um recurso para que ele não sirva à hipocrisia dos adversários. "O inquérito sobre o decreto dos portos não possui base fática", disse.
 
O ministro disse ainda que a PGR (Procuradoria-Geral da República) não solicitou a quebra do sigilo e que o ministro do STF, portanto, tomou uma decisão sem ser acionado.
 

ESCALADA

Segundo relatos, Temer tem reclamado de uma escalada jurídica contra ele desde que começou a ser cogitada a possibilidade dele disputar a reeleição neste ano.
 
Para ele, faz parte dessa ofensiva, por exemplo, a inclusão de seu nome em inquérito da Operação Lava Jato que investiga os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
 
Em conversas reservadas, ele demonstrou irritação com o pedido feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de introduzi-lo na apuração.
 
Nas palavras de um assessor presidencial, Dodge tem adotado postura semelhante a da presidente do STF, Cármen Lúcia, "ora se aproxima ora se afasta" do presidente.
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