O advogado criminalista Antonio Claudio Mariz, que defende o presidente Michel Temer, ingressará com petição para ter acesso a cópia do despacho do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso.
Ele informou ao emedebista que apresentará o pedido nesta terça-feira (6) e que não recorrerá da decisão de
quebra do sigilo bancário do presidente. O receio da equipe presidencial é de que um recurso passe a mensagem pública de que ele quer esconder informações.
Na segunda-feira (5), Temer informou que pediu ao Banco Central acesso aos extratos de suas contas bancárias e que as divulgará aos veículos de imprensa. A abertura dos dados financeiros foi solicitada no rastro da investigação de eventuais irregularidades cometidas na edição de um
decreto do setor portuário.
Essa é a primeira vez que um presidente do país tem os seus dados financeiros abertos por decisão judicial durante o exercício do mandato. O período da quebra do sigilo é de janeiro de 2013 a junho de 2017.
Os extratos bancários serão organizados pela própria defesa do presidente, que pretende divulgá-los aos veículos de imprensa até o final desta semana.
A defesa do presidente avalia que não há fundamentos ou elementos que deem sustentação para a quebra do sigilo. Em entrevista à imprensa, nesta terça-feira (6), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que a decisão de Barroso é abusiva e absurda.
Segundo ele, Temer não irá apresentar um recurso para que ele não sirva à hipocrisia dos adversários. "O inquérito sobre o decreto dos portos não possui base fática", disse.
O ministro disse ainda que a PGR (Procuradoria-Geral da República) não solicitou a quebra do sigilo e que o ministro do STF, portanto, tomou uma decisão sem ser acionado.
ESCALADA
Segundo relatos, Temer tem reclamado de uma escalada jurídica contra ele desde que começou a ser cogitada a possibilidade dele disputar a reeleição neste ano.
Em conversas reservadas, ele demonstrou irritação com o pedido feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de introduzi-lo na apuração.
Nas palavras de um assessor presidencial, Dodge tem adotado postura semelhante a da presidente do STF, Cármen Lúcia, "ora se aproxima ora se afasta" do presidente.
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