BC contraria SP e aponta déficit de R$ 5,4 bilhões em 2014

Explicação do governo é que metodologias são diferentes

Gustavo Patu Gabriela Sá Pessoa
São Paulo

O Banco Central apurou um déficit primário —sem considerar despesas com juros— de R$ 5,4 bilhões nas contas paulistas em 2014, ano em que Geraldo Alckmin conquistou a reeleição.

Isso significa que, naquele ano, os gastos com pessoal, custeio, programas sociais e investimentos superaram a arrecadação.

O resultado contabilizado pelo BC destoa dos números do estado, que apontam superávits durante toda a administração de Alckmin —em 2014, de R$ 4,6 bilhões.

O presidenciável tucano, inclusive, exibe os dados como o que chama de "cartão de visita" de sua gestão. 
A explicação é que as metodologias são diferentes.

Os governos estaduais calculam o resultado primário levando em conta todas as despesas liberadas do Orçamento do ano, mesmo que o pagamento não tenha sido ainda realizado.

Já a conta do BC reflete todos os desembolsos efetivos do período, mesmo que sejam compromissos remanescentes de anos anteriores.

Em 2014, Alckmin promoveu o maior volume de pagamentos de contas pendentes. Foram R$ 33,2 bilhões, em valores atualizados.

Não por acaso, os investimentos atingiram naquele ano o recorde de R$ 18 bilhões, dos quais R$ 5,6 bilhões em compromissos de Orçamentos passados.
 

Essa modalidade de despesa leva mais tempo para ser concluída, o que muitas vezes ocorre em final de mandato e época de eleições.

A Secretaria da Fazenda disse que as diferenças são normais e frequentes.

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