Geraldo Alckmin (PSDB) não conseguiu recuperar o patamar de votos que havia alcançado em segmentos estratégicos antes da passagem de Joaquim Barbosa e Luciano Huck pela corrida presidencial, segundo dados da nova pesquisa Datafolha.
Mesmo com a desistência do ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) e do apresentador de TV, o levantamento mostra que Alckmin não voltou aos índices que obteve no fim do ano passado no Sudeste, em grupos com ensino superior e no eleitorado mais rico.
Os tucanos viam uma ameaça à candidatura de Alckmin caso os outsiders Huck e Barbosa decidissem concorrer à Presidência. Os dois tinham potencial para atrair votos cobiçados pelo PSDB —eleitores com maior nível de renda e escolaridade, e baseados no Centro-Sul do país.
Quando a dupla passou a aparecer nas pesquisas, o desempenho do ex-governador de São Paulo foi abalado. Em novembro, Alckmin aparecia com 15% das intenções de voto no Sudeste. Ele caiu para 11% quando a disputa passou a incluir Barbosa ou Huck, que tinham bom desempenho na região. Na pesquisa divulgada neste domingo (10), esse índice ficou estagnado.
O mesmo ocorreu entre eleitores com curso superior. Alckmin caiu de 10% em novembro para 6% com a entrada de Barbosa, e não recuperou o patamar original após sua saída da disputa. O grupo mais escolarizado era o segmento em que o ministro aposentado do STF tinha seu melhor índice: 17%.
Alckmin também não conseguiu ganhar tração entre eleitores de renda mais alta, que puxaram o desempenho do PSDB nas eleições das últimas duas décadas.
A nova pesquisa do Datafolha mostra que o tucano tem 7% das intenções de voto entre eleitores com renda familiar superior a dois salários mínimos. Ele já marcou 10% nesse segmento, em novembro.
O terreno que os tucanos esperavam conquistar foi ocupado principalmente por Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede). O militar marca 25% entre eleitores com ensino superior. Ele também chega a 20% no Sudeste, onde Marina marca 14%.
Luciano Huck cogitou disputar a Presidência, mas decidiu não se filiar a nenhum partido até a data estabelecida por lei (7 de abril). Joaquim Barbosa se filiou ao PSB, mas anunciou em 8 de maio que não concorreria ao cargo.
O Datafolha realizou 2.824 entrevistas em 174 municípios nos dias 6 e 7 de junho. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR 05110/2018.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.