Descrição de chapéu Eleições 2018

Maia desiste de candidatura, e centrão oficializa apoio a Alckmin

Grupo diz que união será chave para eleição deste ano e procura opção a Josué Alencar

Alckmin ao lado dos presidentes de PP,  senador Ciro Nogueira, e SD, deputado Paulinho da Força, no anúncio de apoio à pré-candidatura do ex-governador, em um hotel em Brasília
Alckmin ao lado dos presidentes de PP, senador Ciro Nogueira, e SD, deputado Paulinho da Força, no anúncio de apoio à pré-candidatura do ex-governador, em um hotel em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress
 
Daniel Carvalho Marina Dias
Brasília

Ainda sem definição sobre quem indicar para o posto de vice, o centrão formalizou nesta quinta-feira (26) o apoio à pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pelo Planalto.

Os dirigentes dos partidos que compõem o bloco —DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade— se reuniram em um hotel em Brasília, ao lado do ex-governador tucano, para chancelar o apoio à chapa do PSDB, decisão que já havia sido tomada na semana passada, mas prolongada até esta quinta para que o vice fosse definido e anunciado oficialmente.

Em carta lida no evento, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), desistiu oficialmente de concorrer ao Planalto e confirmou que será candidato a deputado federal pelo Rio, para tentar se reeleger ao comando da Casa.

Segundo Maia, a aliança de seu partido em torno da pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) fez com que ele "arquivasse momentaneamente" sua pretensão presidencial.

De Miami, o deputado enviou uma carta para comunicar sua decisão, que foi lida pelo presidente de seu partido, ACM Neto.

A pré-candidatura de Maia ao Planalto nunca foi levada a sério, nem mesmo por seus aliados mais próximos. A pretensão serviu, segundo dirigentes, para cacifar o DEM nas negociações para uma aliança mais vantajosa.

No acordo com Alckmin, Maia negociou o apoio do PSDB e dos integrantes do bloco para uma eventual reeleição ao comando da Câmara, em 2019.

O deputado está em viagem ao exterior enquanto Temer participa de encontro do Brics na África do Sul. Primeiro da linha sucessória do governo do emedebista, o deputado não pode assumir a Presidência da República para não ficar inelegível na disputa de outubro.

VICE

Indicado pelo PR, porém, o empresário Josué Alencar (PR-MG) tem se mostrado reticente quanto à possibilidade de compor a chapa tucana e, desde o início da semana, o grupo atua para convencê-lo a mudar de ideia, ao mesmo tempo em que já procura alternativas para uma espécie de plano B.

Caso Josué não aceite o posto, o vice deve sair dos quadros do PP, o maior partido do bloco, ou do próprio PR. Os dirigentes do bloco devem se reunir nesta quinta para tentar chegar a um acordo sobre o nome.

O comandante do partido de Josué, Valdemar Costa Neto, tem participado de todas as discussões e foi peça fundamental para definir o apoio do grupo a Alckmin —os partidos estavam divididos entre o tucano e Ciro Gomes (PDT)— mas não compareceu ao evento que oficializou a aliança, nesta quinta.

Em entrevista à Folha nesta quinta (26),  Maia afirmou que o DEM não pleiteia a vaga de vice caso o empresário mineiro desista de vez de ocupar o posto. Maia articulou apoio à sua reeleição para o comando da Casa e, por isso, quer que outras siglas indiquem o nome para compor a chapa majoritária e não ser acusado de centralizador.  

Dirigentes dos partidos que compõem o bloco fizeram discursos rápidos em que declararam apoio a Alckmin e conclamaram a "união" como chave para a disputa de outubro.

 
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