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Paes oficializa pré-candidatura em quartel e critica 'falta de comando' no RJ

A candidatura será formalizada neste domingo (29) na convenção do DEM, no Rio

Rio de Janeiro

O ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (DEM) oficializou nesta quinta-feira (26) sua pré-candidatura ao governo estadual fazendo uma crítica indireta ao ex-aliado governador Luiz Fernando Pezão (MDB).

O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes após participar de um reunião no Comando Militar do Leste nesta quinta (26)
O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes após participar de um reunião no Comando Militar do Leste nesta quinta (26) - Marcos de Paula/Agência O Globo

O anúncio oficial ocorreu numa curta entrevista dentro do CML (Comando Militar do Leste) após uma reunião com o interventor general Braga Netto, onde discutiu a situação da segurança pública do estado.

"Não tem muito essa coisa de ser contra ou a favor da intervenção. Ela era necessária. Vivíamos, de certa maneira, uma falta de comando aqui. A intervenção acabou sendo necessária", disse Paes.

A intervenção foi decretada em fevereiro deste ano, após uma série de assaltos na zona sul durante o Carnaval. Ela tem previsão para acabar no fim do ano e Paes disse não cogitar pedir sua prorrogação.

"Sou candidato a governador para cuidar da segurança pública", disse ele.

A "pré-candidatura mais curta da história", como definiu, será oficializada neste domingo (29) na convenção do DEM-RJ. A previsão é que ela ocorra num auditório fechado, sem a presença de grande público.

Embora anunciada agora, Paes já planeja disputar o governo desde que saiu da prefeitura da capital, em janeiro do ano passado. Neste período, contudo, ele permaneceu distante de cargos públicos. Foi consultor no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e era, até esta quarta-feira (25), vice-presidente da América Latina da China BYD, fabricante de veículos elétricos.

Adversários afirmavam que ele adiou o anúncio da pré-candidatura para evitar ataques. O ex-prefeito disse que seu contrato com a empresa o proibia de falar sobre político, a não ser para se defender de acusações. 

Ele disse que "precisava trabalhar" e fez outra crítica indireta a um ex-aliado, o ex-governador Sérgio Cabral (MDB).

"Eu fiquei desempregado em 31 de dezembro de 2016. Não acumulei patrimônio nenhum, até porque sou político desde que tenho 22 anos de idade. O salário é bem melhor do que a média nacional, mas não dá para viver com os acúmulos feitos no período. Surpreende que alguns tenham feito", disse ele.

Paes se filiou ao DEM em março, quando afirma ter "montado um time que começou a refletir sobre questões do estado".

Ele não quis comentar as alianças que vêm sendo construída em torno de sua pré-candidatura. Declarou que o responsável por elas é o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM).

Disse não ter constrangimento em se aliar ao MDB-RJ, sua antiga sigla cujos principais líderes estão na cadeia. Afirmou apenas que deixou o partido porque "achava que tinha que dar uma satisfação à sociedade".

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