Descrição de chapéu Eleições 2018

Perseguição a Lula não tem fim, afirma Haddad em debate

Vice na chapa petista criticou decisão da PGR de contestar registro do ex-presidente

Marco Rodrigo Almeida
São Paulo

Vice na chapa de Lula à Presidência, Fernando Haddad declarou que o ex-presidente é alvo de uma perseguição sem fim. 

Para o ex-prefeito de São Paulo, um exemplo disso é o fato de a procuradora-geral eleitoral, Raquel Dodge, ter apresentado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na noite desta quarta-feira (15) uma impugnação (contestação) ao registro de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Ela argumentou que o petista é inelegível.

“Entendo que a Justiça Eleitoral não poderia se manifestar antes do STJ. Nós estamos ingressando, pela Leia da Ficha Limpa, com um recurso ao STJ para suspender os efeitos da condenação em segunda instância. Como o TSE vai se manifestar antes do posicionamento do STF? Me parece que é incompatível com a legislação em vigor”, afirmou.

“Parece que essa perseguição aos direitos do presidente Lula não tem fim. Impediram ele de assumir a Casa Civil, prenderam ele ilegalmente, agora não querem esperar a manifestação do STJ antes de decidirem sobre o registro. Parece não ter sim a perseguição a ele.”

As declarações foram dadas pelo petista em evento da Folha em parceria com o Todos pela Educação, nesta quarta-feira (15), em São Paulo. Ele foi sabatinado por Priscila Cruz e Olavo Nogueira Filho, do Todos pela Educação.

O PT registrou a candidatura de Lula na tarde de quarta (15). Logo depois os candidatos a deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) e Alexandre Frota (PSL-SP) contestaram a candidatura do ex-presidente no TSE. O caso foi direcionado ao ministro Admar Gonzaga, com quem a defesa de Lula pede para que se concentrem todos os processos relacionados a ele.

Nesta quinta, Haddad afirmou que o PT ainda tenta garantir a participação de Lula no debate com candidatos à Presidência que a emissora RedeTV! vai realizar nesta sexta (17). preso em Curitiba desde abril, Lula não participou do primeiro debate entre presidenciáveis, na TV Bandeirantes.

“A coordenação da campanha está em contato com a emissora. Ingressamos também com uma ação judicial para que o presidente já registrado possa participar. Não entendo o medo dos demais candidatos com relação à presença de Lula.”

Haddad também criticou a postura Ministério Público Federal, que levantou junto à Justiça uma série de dúvidas acerca de visitas do ex-prefeito e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, a Lula em Curitiba. O MPF alega que o fato de ambos terem recebido uma procuração do petista para defendê-lo, tendo livre acesso a ele na prisão, pode ser uma tentativa de ludibriar as regras e permitir que Lula interfira no processo eleitoral. 

“Eu era o coordenador do plano de governo. Como iria fazer o plano de governo sem ouvir o candidato? Eu ia lá conversar sobre um documento essencial para o registro da candidatura. Não existe candidato sem registro e não existe registro sem plano de governo. É uma atitude normal.”

Durante o debate, Haddad defendeu sua gestão no Ministério da Educação nos governos Lula e Dilma Rousseff. Afirmou que a área nunca foi tão valorizada quanto naquela época.

“Quando comecei no ministério [2005], o orçamento era da ordem de R$ 20 bilhões. Quando sai [2012], era da ordem de R$ 100 bilhões.”

Segundo Haddad, o fato de Lula ter escolhido seu ex-ministro da Educação para ser agora o vice em sua chapa diz muito acerca do papel central que o ensino ocupará no eventual novo governo petista.

Dentre as principais conquistas de seu período no ministério, citou a quase universalização do ensino pré-escolar e as políticas que promoveram o acesso das classes mais pobres às universidades.

“Meu período lá foi uma época de ouro do ponto de vista técnico. Havia a preocupação de não deixar a política menor tomar conta do ministério.”

Haddad elencou os três principais pontos do programa de Lula para a educação: retomar o trabalho realizado pelo PT, com integração entre as pastas de Educação, Cultura e Ciência e Tecnologia; reforçar o ensino médio; e investir na formação dos professores. 

“Lula fará ele próprio uma convocação aos governadores para que apoiem o ensino médio, com apoio federal”, comentou. 
 

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