Há duas semanas, a prioridade era dizer que o ex-presidente Lula estava preso injustamente. Essa etapa ficou para trás na campanha de Fernando Haddad (PT), que começa a apresentar propostas e tentar vender o que pode ser o seu eventual governo.
O movimento foi captado pelo GPS Eleitoral, sistema da Folha de monitoramento semanal das campanhas. Foram analisadas as 5h48 de vídeos publicados pelos candidatos em suas contas no YouTube entre os dias 19 e 25.
O tema que mais apareceu na campanha do PT foi exaltação ao governo Lula, sob a promessa de que a prosperidade poderá voltar. Na semana anterior, havia sido críticas à prisão do ex-presidente, tema que agora não ficou nem entre os cinco mais citados.
A segunda prioridade da campanha petista agora foi valorizar a importância da educação de qualidade.
Estagnado nas pesquisas de intenção de votos, Geraldo Alckmin (PSDB) intensificou nos últimos dias os ataques ao PT e ao líder nos levantamentos, Jair Bolsonaro (PSL).
Ainda em recuperação da facada que levou no começo do mês, Bolsonaro manteve o padrão das semanas anteriores, com ataques a pautas da esquerda, além de informes sobre seu estado de saúde.
O principal tema de Ciro Gomes (PDT), que está empatado tecnicamente com Haddad na última pesquisa Datafolha, foi educação. Ex-governador do Ceará, Ciro promete levar a qualidade do ensino da região para o restante do país.
Marina Silva (Rede) retomou a prioridade dada no começo do mês à defesa da igualdade de gênero.
O monitoramento da Folha analisou também os 55 minutos do horário eleitoral gratuito na televisão no período.
Bolsonaro seguiu com vídeos sobre a facada.
O tema mais presente para Haddad foi apresentação de proposta para gerar emprego (no período anterior havia sido elogios ao governo Lula).
Ciro priorizou plano para saúde; Alckmin, ataques a Bolsonaro e ao PT; e Marina, defesa do direito às mulheres.
O GPS Eleitoral faz transcrição dos vídeos. Modelo estatístico mostra assuntos mais citados. Foram analisadas 49.780 palavras no período.
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