Descrição de chapéu Eleições 2018

Críticas a Bolsonaro e a Haddad têm as mesmas proporções na Folha

Levantamento mostra que menções negativas aos candidatos em reportagens chegaram a 24%

Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) votam no 1º turno
Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) votam no 1º turno - Ricardo Moraes e Paulo Whitaker - 7.out.2018/Reuters
São Paulo

A cobertura da Folha sobre o primeiro turno das eleições presidenciais trouxe críticas aos candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que disputam o segundo turno, na mesma proporção, de acordo com levantamento do Banco de Dados Folha.

As menções negativas a Bolsonaro aparecem em 24,4% dos textos noticiosos, enquanto as de Haddad equivalem a 24,3% das menções a ele em reportagens. Bolsonaro foi o candidato mais citado em reportagens e colunas da Folha: 2.144 menções, das quais 1.155 foram em textos noticiosos e 989 em colunas.

Já Haddad aparece com 849 menções, das quais 506 em textos noticiosos e 343 em colunas.
O número menor de menções a Haddad deve-se ao fato de ele ter registrado a sua candidatura no dia 11 de setembro —até então o ex-presidente Lula era o candidato do partido.

O levantamento foi feito entre 1º de agosto e o último domingo (7). As menções ao candidato petista passaram a ser computadas um dia depois da oficialização de sua candidatura junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A maioria das menções a Bolsonaro e a Haddad foi neutra quando se somam as citações feitas em reportagens e colunas, ainda de acordo com o levantamento.

O capitão reformado aparece em 52% de textos sem interpretação negativa ou positiva; Haddad, em 63,7%.

No caso dos outros cinco candidatos analisados também predominam as menções neutras. Entre os 956 textos sobre o tucano Geraldo Alckmin, 79% foram classificados como neutros. Guilherme Boulos (76,8%), Henrique Meirelles (75,7%), Marina Silva (74,3%) e Ciro Gomes (71,6%) vêm em seguida no ranking do total de textos neutros.

Também nas colunas há um percentual mais elevado de menções neutras aos presidenciáveis. Bolsonaro aparece nessa categoria com 49,5%, enquanto Haddad tem 59,8%.

Nas colunas de opinião e análise, as menções negativas ao capitão reformado aparecem em 39,3% dos textos, enquanto as citações a Haddad correspondem a 26,5% do total das citações feitas ao petista por colunistas.

Ainda nessa categoria, o pedetista Ciro soma 23,7% das menções, percentual similar ao do tucano Geraldo Alckmin (21,3%).

Enquanto o capitão reformado lidera em menções negativas na soma dos textos noticiosos e colunas, com 31,3%, a candidata Marina Silva (Rede) foi a menos citada nesse quesito (16,9%).

Os demais candidatos tiveram percentuais similares no total de menções negativas: Ciro Gomes (19,9%), Geraldo Alckmin (19,6%), Henrique Meireles (23,7%), do MDB, e Guilherme Boulos (20,1%), do PSOL.

As menções positivas a Bolsonaro aparecem em 16,7% do total dos textos, enquanto Haddad figura em 11,1%.

Quando se somam apenas os textos noticiosos, as menções positivas ao capitão reformado atingem 21,6% das reportagens sobre ele. Nessa categoria, as citações a Haddad equivalem a 9,3% das citações feitas ao petista em textos noticiosos.

EM SP

A corrida para o governo do estado de São Paulo teve uma cobertura em que predominam as reportagens e colunas neutras. João Doria (PSDB), que ficou à frente no primeiro turno, foi citado em 263 textos, dos quais 68,4% não tinham interpretação positiva ou negativa, segundo o levantamento.

O governador Márcio França (PSB), que disputa com Doria o segundo turno, foi mencionado num total de 161 textos, dos quais 85,1% eram neutros. Os textos marcados pela neutralidade sobre Paulo Skaf (MDB) e Luiz Marinho (PT) correspondem, respectivamente, a 83,8% e 61,8% no universo de reportagens e colunas sobre os candidatos.

Doria fica em segundo lugar no total de menções negativas —a soma de reportagens e colunas. Dos textos que citam o ex-prefeito tucano, 27,8% tinham uma interpretação negativo, enquanto França aparece com 11,8% nessa categoria.

Marinho lidera o ranking de menções negativas. Tiveram essa interpretação 38,2% dos textos sobre o ex-ministro do Trabalho e ex-prefeito de São Bernardo do Campo.

A maioria (ou 70,4%) das colunas e análises sobre Doria tinha a neutralidade como característica. Isso também ocorreu com Paulo Skaf (90%), Márcio França (72,2%) e Luiz Marinho (57,1%).

O levantamento também foi feito entre 1º de agosto e 7 de outubro, quando aconteceu o primeiro turno.

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