Descrição de chapéu Eleições 2018

Parte das urnas só chegará de madrugada em áreas de risco do Rio

Cerca de 2 milhões de eleitores votam em locais que oferecem algum tipo de ameaça à segurança pública

Júlia Barbon
Rio de Janeiro

Por questões de segurança, parte das urnas eletrônicas do Rio de Janeiro só será distribuída aos locais de votação por volta das 5h deste domingo (7), segundo o secretário de Segurança Pública do estado, o general Richard Nunes.

Ele afirmou que, com base em informações de inteligência, o número de urnas que seguirão esse esquema é inferior a 10% —há 38 mil no estado.

Cerca de 2 milhões de eleitores (15%) votam em áreas consideradas de risco só na região metropolitana do Rio, conforme afirmou o juiz Mauro Nicolau Júnior, coordenador da fiscalização de propaganda do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral), em outra ocasião.

Reunião do Gabinete de Gestão de Crise na área de segurança do Rio, acionado neste fim de semana para as eleições
Reunião do Gabinete de Gestão de Crise na área de segurança do Rio, acionado neste fim de semana para as eleições - Júlia Barbon/Folhapress

São locais cujas zonas eleitorais têm algum tipo de ameaça à segurança pública, como a atuação de milícias e outras organizações criminosas. O tribunal tem um mapeamento de todos esses lugares.

Contrariando o levantamento do próprio TRE, o presidente do órgão, Carlos Eduardo Passos, disse neste sábado que "não há nenhuma ação ostensiva do crime organizado e não há registro de qualquer ato de violência nem vias de fato".

Segundo o secretário de Segurança, a região da Baixada Fluminense, a cidade de São Gonçalo (acima de Niterói) e as favelas onde têm sido feitas operações, como as da zona norte da capital, estão entre as áreas prioritárias nestas eleições.

"Usamos a mesma metodologia que temos usado para coibir a criminalidade em geral no Rio de Janeiro. É a metodologia das manchas criminais, observando onde há maior incidência de atuação de facções criminosas", declarou.

Participarão do esquema de segurança deste domingo no estado aproximadamente 40 mil agentes das forças federais e estaduais, sendo 4.700 deles militares. O plano prevê escolta de urnas e policiamento nos 4.897 locais de votação.

As Forças Armadas vêm atuando nas ruas do Rio desde julho de 2017, quando o presidente Michel Temer (MDB) decretou uma missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) —que dá poder de polícia aos militares até o fim do ano, mas pode ser prorrogada.

Ela ocorre paralelamente à intervenção federal na segurança do estado, que na prática significa que as polícias, os bombeiros e o sistema penitenciário estão sob o comando da União e do interventor Walter Souza Braga Netto, general do Exército.

Pela segunda vez desde a intervenção, foi acionado neste sábado o Gabinete de Gestão de Crise, que reúne representantes das polícias, Ministério Público, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Federal, Defesa Civil, entre outros órgãos. A última vez havia sido na greve dos caminhoneiros.

"Basicamente o que se faz é, diante de qualquer tipo de situação, se verifica qual é o órgão competente para tomar a decisão necessária para que a gente tenha um pleito perfeitamente seguro", afirmou o secretário sobre o gabinete, que fica localizado no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no centro.

Neste fim de semana, também foram abertos os trabalhos da Central de Inteligência e do Centro de Operações Integradas.

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