Descrição de chapéu Eleições 2018

Segundo turno em SP marca disputa por espólio dos votos de Bolsonaro

Doria (PSDB) e França (PSB) se esforçaram por alianças com apoiadores do capitão reformado

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São Paulo

Até as últimas horas da campanha estadual, o voto mais disputado ao governo de São Paulo não é o do eleitor cativo de João Doria (PSDB) ou de Márcio França (PSB), mas o do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

Por esse eleitorado, os dois postulantes ao governo passaram todo o segundo turno tentando angariar aliados do capitão reformado para o seu lado. E não hesitaram em criar material de campanha unindo o seu "dream team": BolsoDoria e BolsoFrança.

Candidatos ao Palácio dos Bandeirantes derrotados em primeiro turno que haviam manifestado apoio aberto a Bolsonaro também se dividiram: Paulo Skaf (MDB) e Major Costa e Silva (DC) ficaram com França, e Rodrigo Tavares (PRTB) se aliou a Doria.

Nesta sexta (26), a dois dias da eleição, Doria reuniu três deputados do PSL para tentar reafirmar o seu alinhamento com Bolsonaro em São Paulo.

A jornalista Joice Hasselmann, eleita deputada federal por São Paulo, disse no ato que a maioria da legenda no estado está ao lado do tucano para governador.

"Os membros do PSL que estão fazendo campanha no estado estão com João Doria", disse ela, que afirmou ter recebido o aval de Bolsonaro para se engajar na campanha —mas o presidenciável só declarou endosso a candidatos ao governo de seu partido e evitou se encontrar com o tucano quando ele foi ao Rio tentar gravar um vídeo de apoio.

Além de Hasselmann, participaram do anúncio Capitão Castello Branco (PSL) e Frederico D'Ávila (PSL), eleitos deputados estaduais em São Paulo, e dois aliados de Bolsonaro de outras legendas: os senadores Magno Malta (PR-ES), derrotado na campanha à reeleição, e José Medeiros (Podemos-MT), eleito para a Câmara dos Deputados.

Do lado de França, o nome bolsonarista de maior peso é o do senador eleito Major Olímpio (PSL), coordenador da campanha do presidenciável no estado. Ele tem dito que quem vota no 17, número do PSL, não vota em tucano.

Estrategicamente, para não perder o voto petista, o pessebista não diz que apoia Bolsonaro e se manteve neutro em relação à eleição presidencial, o que o levou a ser atacado pelo adversário. "Perguntem em quem ele vota", cobra Doria aos jornalistas.

Para amenizar os desgastes, França tem feito frequentes eventos com aliados de Bolsonaro que se manifestam em favor de seu nome. Além dos derrotados no primeiro turno, tem sempre ao seu lado sua vice, a coronel da PM Eliane Nikoluk, que se diz "indiscutivelmente de direita".

Na quarta (24), reuniu cinco deputados estaduais e três deputados federais eleitos pelo PSL que manifestaram apoio à sua reeleição.

Na quinta (25), enquanto Doria levava Joice Hasselmann ao debate na Globo, o governador usava uma camisa com a inscrição "Meu partido é o Brasil", criada pela militância do capitão reformado.

Em agenda de campanha em Sorocaba nesta sexta, o pessebista foi acompanhado por um carro com um adesivo com sua foto e a de Bolsonaro.

O governador disse que a montagem foi feita pelo diretório local do PSB —partido que apoia Fernando Haddad (PT) nacionalmente.

Segundo o presidente da legenda no estado, Jonas Donizette, as sedes municipais foram liberadas para demonstrar apoio e encomendar material de campanha como bem entendessem.

Apesar dos esforços de França, Doria é, segundo o Datafolha, o favorito do eleitores de Bolsonaro no estado.

Na pesquisa divulgada na quinta, 63% das pessoas que declaram voto no deputado federal estão com Doria, contra 22% que preferem França.

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