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Sem citar Haddad, Ciro anuncia apoio crítico ao petista

PDT liberou os filiados ao partido a apoiarem o petista ou declararem neutralidade

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Ciro Gomes (PDT) e Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, deixam reunião da Executiva Nacional do partido, que decidiu por apoio crítico ao candidato do PT, Fernando Haddad, no segundo turno da eleição presidencial
Ciro Gomes (PDT) e Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, deixam reunião da Executiva Nacional do partido, que decidiu por apoio crítico ao candidato do PT, Fernando Haddad, no segundo turno da eleição presidencial - Pedro Ladeira/Folhapress
Brasília

Contra o que chamou de "fascismo", o candidato do PDT à sucessão presidencial, Ciro Gomes, anunciou nesta quarta-feira (10) um apoio crítico à candidatura de Fernando Haddad, do PT.

"Abaixo a ditadura e viva a democracia”, disse o terceiro colocado na disputa presidencial, sem citar o nome do petista.

A decisão foi antecipada na segunda-feira (8) pela Folha. Em reunião, em Brasília, a executiva nacional do PDT liberou os filiados do partido a apoiarem o petista ou declararem neutralidade.

A única proibição estabelecida, com a possibilidade de abertura de um processo de expulsão, é o apoio a Jair Bolsonaro, do PSL.

Segundo o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, Ciro não subirá no palanque petista, posará para fotografia com o candidato do partido ou participará de agendas de campanha de Haddad.

mais um voto contra o Bolsonaro, aos riscos que ele representa, do que um apoio ao Haddad" disse Lupi, para quem o PT "desferiu golpes" no PDT.

O acordo também prevê que nenhum integrante da sigla ocupe cargos na campanha do petista ou faça parte de uma eventual gestão Haddad. A ideia da legenda é de fazer oposição independentemente de quem vença o processo eleitoral.

"O que o PT fez com o PDT não se faz. O PT não nos representa, por isso que temos um projeto de ser oposição não importa quem seja o próximo presidente", disse o líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE).

Segundo relatos, durante a reunião, dirigentes da legenda fizeram reclamações sobre a postura do PT no primeiro turno. Eles acusaram o partido de ter atuado para evitar o apoio do PSB e de partidos do centrão, como DEM e PP, ao pedetista.

Uma das mais críticas foi a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), que anunciou postura de neutralidade no segundo turno. "Não somos agregados a ninguém e os dois candidatos do segundo turno não contemplam as ideias de nosso partido", disse.

Nos últimos dias, o PT vinha fazendo uma ofensiva para que Ciro ocupasse posto de conselheiro na campanha de Haddad. O senador eleito Jaques Wagner (PT-BA) e a presidente eleita do PT, Gleisi Hoffmann, procuraram dirigentes pedetistas em torno de um acordo.

Em um aceno a Ciro, Haddad incorporou propostas do adversário em seu programa de governo e se reuniu com Mangabeira Unger, um dos principais conselheiros do pedetista.

Magoado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no entanto, Ciro decidiu manter a postura crítica. A ideia é de que ele faça críticas a Bolsonaro durante o segundo turno, mas evite elogios públicos a Haddad.

O objetivo é que ele se mantenha como uma voz crítica ao radicalismo na disputa presidencial e se viabilize como uma liderança do campo oposicionista.

A aposta do partido é de que, com um Congresso Nacional fragmentado, o novo presidente terá dificuldades em aprovar medidas para restaurar o equilíbrio fiscal do país, o que deve favorecer um discurso de convergência entre a direita e a esquerda.

"Como a tendência é termos um país dividido, Ciro se consolida como um nome de postura intermediária", disse Lupi.

Apesar de Ciro ter afirmado no primeiro turno que deixará a política caso Bolsonaro vença, os planos do pedetista são outros. A ideia é que, após o posse do novo presidente, ele já manifeste sua intenção de ser candidato à sucessão presidencial em 2022, assumindo posição de destaque e evitando seu afastamento do no debate político.

"Ele continuará fazendo política, independentemente de mandato", afirmou Figueiredo.
 

 

Apoios formais no segundo turno

Jair Bolsonaro (PSL)
PTB

Fernando Haddad (PT)
PSB
PSOL
PDT

Não vai apoiar nenhum candidato/liberou filiados
DEM
PSDB
PP
PR
PRB
Podemos
PPS

Ainda não decidiu formalmente
Novo (não decidiu apoio a Bolsonaro, mas é "absolutamente contrário" ao PT)

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