Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Em visita ao STF, Bolsonaro fala em trabalho conjunto e respeito às instituições

Presidente eleito ganhou do ministro Dias Toffoli, presidente da corte, edição da Constituição

Reynaldo Turollo Jr. Talita Fernandes
Brasília

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), se reuniu com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, no Salão Nobre da corte na manhã desta quarta-feira (7). Bolsonaro falou em diálogo, amor à pátria e respeito às instituições, e disse que vai consultar o ministro antes de tomar iniciativas.

"Pode ter certeza, Vossa Excelência, que muitas vezes antes de tomar iniciativa o procurarei para que a gente possa aperfeiçoar essa ideia, e ela, de forma mais harmônica, siga seu curso dentro do Parlamento, que é outro Poder que conheço com certa profundidade, ao longo 28 anos de mandato de deputado", disse o presidente eleito.

"Da parte do Supremo Tribunal Federal, estamos abertos a esse diálogo institucional para estabelecermos um pacto republicano, como já houve no passado, e que trouxe inclusive leis benfazejas. Inclusive as leis que tratam do combate à corrupção, presidente Jair Bolsonaro, foram fruto de pactos assinados entre os presidentes da República, do Supremo, da Câmara e do Senado", afirmou Toffoli.

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) ao lado do ministro Dias Toffoli (STF)
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) ao lado do ministro Dias Toffoli (STF) - Pedro Ladeira - 06.nov.2018/Folhapress

Bolsonaro chegou ao Supremo pouco antes das 10h acompanhado dos filhos Flávio, Eduardo e Jair Renan —Toffoli brincou que havia ali representantes de todas as Casas Legislativas, porque os dois primeiros se elegeram para o Senado e a Câmara, respectivamente.

Na semana anterior ao segundo turno, um vídeo de Eduardo Bolsonaro, gravado em julho, veio a público e causou polêmica entre os ministros do Supremo. No vídeo, Eduardo diz que bastam um soldado e um cabo para fechar o STF. O decano da corte, ministro Celso de Mello, chegou a classificar a declaração de "inconsequente e golpista".

Em outro compromisso público nesta quarta, Bolsonaro afirmou a jornalistas que não é o momento de reajustar o salário de ministros do Supremo e da magistratura. "Nós estamos terminando um ano com déficit, vamos começar o outro ano com déficit", disse. Os ministros do STF aprovaram em agosto uma proposta orçamentária que prevê reajuste de 16,38%.

Para valer, o reajuste precisa passar no Senado. A inclusão do reajuste no orçamento foi fruto de um diálogo entre Toffoli e o atual presidente da República, Michel Temer. Auxiliares do ministro do Supremo disseram que ele e Bolsonaro não trataram do tema na visita desta manhã.

Toffoli presenteou o presidente eleito com uma edição da Constituição Federal, que completou 30 anos no último dia 5 de outubro, e um livro sobre o processo constituinte.

O ministro e o presidente eleito conversaram por cerca de dez minutos antes de entrarem no Salão Nobre, onde eram aguardados pelos filhos de Bolsonaro e por funcionários do STF.

Toffoli disse a Bolsonaro o que tem afirmado publicamente, que o Brasil tem três desafios a enfrentar: a questão da Previdência, a questão tributária e fiscal e a questão da segurança pública, especialmente no caso de crimes contra a vida.

"As eleições são um batismo que renova a República. A renovação é extremamente necessária e fundamental. A cada quatro anos o povo decide o destino de uma nação, e os Poderes trabalhão juntos, em harmonia, no sentido de procurar aquilo que o povo deseja. Fico muito honrado com a presença do senhor aqui e com essa manifestação de que manterá o diálogo", disse Toffoli.

"Eu penso que muitas vezes, antes de uma medida ser tomada do ponto de vista legislativo, muitas vezes dialogando aqui poderemos evitar que depois, lá na frente, venha a se ter uma declaração ou uma decisão do Supremo que entre em choques."

Bolsonaro, por sua vez, falou em trabalharem juntos. "O Brasil tem desafios enormes que têm de ser vencidos", disse, acrescentando que a atuação deve se dar "em harmonia".

"Nós não podemos errar", afirmou o presidente eleito.

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