Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Políticos comentam decisão de Moro de aceitar ser ministro de Bolsonaro

No governo do presidente eleito, juiz vai comandar a pasta da Justiça

Sarah Mota Resende
São Paulo

A decisão do juiz Sergio Moro de aceitar o convite para ser ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro, presidente eleito neste domingo (28), repercutiu entre políticos brasileiros, que fizeram declarações em redes sociais, nesta quinta-feira (1º).  

Para Fernando Haddad, que perdeu a eleição para Bolsonaro no segundo turno, "o significado da indicação de Sérgio Moro para Ministro da Justiça só será compreendido pela mídia e fóruns internacionais". 

João Amoêdo, do partido Novo, que ficou em quinto lugar na disputa presidencial, parabenizou Bolsonaro pela escolha. "Desejo sucesso ao juiz Sergio Moro nesta nova fase e que se amplie o combate a corrupção e ao crime organizado. Espero também que a Operação Lava Jato continue seu trabalho atuante que tanto tem feito pelo Brasil nos últimos anos."

O ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso também se manifestou. Para ele, que disse preferir, entretanto, "vê-lo no STF (Supremo Tribunal Federal)", o juiz "ajudará o país se combater a corrução". Ele também recomendou a Bolsonaro prudência na fusão dos ministérios.

"Torço pelo melhor, temo que não, sem negativismos nem adesismos. A corrupção arruína a política e o país. Se Moro a combater ajudará o país", escreveu o ex-mandatário.

Já a página oficial no Facebook do ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba após ser condenado por Moro na operação Lava Jato, divulgou uma nota, assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins, afinando que a "defesa tomará as medidas cabíveis no plano nacional e internacional para reforçar o direito de Lula a um julgamento justo, imparcial e independente."

Veja outros comentários de políticos: 

Gleisi Hoffmann (PT), senadora 

"Moro será ministro de Bolsonaro depois de ser decisivo pra sua eleição, ao impedir Lula de concorrer. Denunciamos sua politização qdo grampeou a presidenta da República e vazou pra imprensa; qdo vazou a delação de Palocci antes das eleições. Ajudou a eleger, vai ajudar a governar";

Ronaldo Caiado (DEM), governador eleito de Goiás  

"A escolha do juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça fortalece o combate à corrupção e violência em nosso País. O Brasil se enche de esperança por dias mais tranquilos e seguros. Grande escolha do presidente Bolsonaro";

Jean Wyllys (PSOL), debutado federal 

"Sérgio Moro aceita ministério pra combater a corrupção num governo cujo chefe da casa civil será Onyx Lorenzoni, que já admitiu prática de caixa 2, que Moro já afirmou ser pior que corrupção. Pode rir. A piada é essa!"; 

João Doria (PSDB), governador eleito de São Paulo

Sérgio Moro é um patrimônio moral do Brasil. Ter o juiz Moro como Ministro da Justiça e Segurança Publica dignifica ainda mais o governo Bolsonaro e sinaliza um novo caminho de transparência e verdade na política brasileira";  

Guilherme Boulos (PSOL)

"Sérgio Moro resolveu assumir sua condição de político profissional. Não há problema algum em um juiz deixar a magistratura para fazer política. O problema é ter passado alguns anos fazendo isso vestido de toga. Mais do que nunca, suas decisões estão colocadas sob suspeição";

Manuela D'ávila (PC do B)

"Ao aceitar o convite para ser Ministro da Justiça, Sérgio Moro decide tirar a toga para fazer política";

ACM Neto (DEM), prefeito de Salvador 

"Não poderia haver melhor nome para o Ministério da Justiça. O juiz Sérgio Moro já mostrou o seu compromisso no combate à corrupção e na defesa intransigente da aplicação da lei para todos";

Joice Hasselmann (PSL), deputada Federal eleita 

"A luta contra a corrupção não foi apenas um discurso de campanha. Brasília está tremendo de medo! E muitos estão com inveja da astúcia política de @jairbolsonaro . Foi tb um nocaute na campanha para denegrir @jairbolsonaro fora do Brasil. 1- Acabo de dar entrevista para o The New York Times. Queriam sabe o que eu, como biógrafa do Sergio Moro, achei da escolha dele como Super Ministro da Justiça. Como assim?? Eu amei!!! Depois da eleição do @jairbolsonaro, essa foi a melhor notícia da história recente. 2- O New York Times tbm me perguntou como os políticos estão se sentindo com a notícia do Moro ser nosso Super Ministro da Justiça. Não pude conter as gargalhadas";

Hélio Bolsonaro (PSL), deputado federal eleito pelo Rio de Janeiro 

"É incrível a tentativa de diminuição e falta de reconhecimento por parte da imprensa e da oposição, o convite e aceitação de Moro segue todos os ritos democráticos e legais e tem que ser respeitada";

Flávio Dino (PC do B), governador do Maranhão 

"Sérgio Moro aceitar o ministério de Bolsonaro é um ato de coerência. Eles  estavam militando no mesmo projeto político: o da extrema-direita. O grave problema é esconder interesses eleitorais por baixo da toga. Não há caso similar no Direito no mundo inteiro. A comprovação de interesses eleitorais na Lava-Jato, além de comprometê-la quanto ao já feito, infelizmente vai gerar suspeitas com relação a casos similares no futuro. Não é apenas Sérgio Moro que perde credibilidade";

Mendonça Filho (DEM)

"O juiz Sérgio Moro tem dimensão técnica e moral para assumir qualquer cargo público, inclusive o Ministério da Justiça. Na Lava Jato fez um trabalho exemplar, prestando grande serviço ao Brasil no combate à corrupção e ao crime organizado. [...] Lamentável que o PT e a oposição não tenham entendido que a maioria sociedade brasileira disse basta à corrupção e ao mi, mi, mi das narrativas esquerdistas";

Humberto Costa (PT), senador 

"Decisão do juiz Sergio Moro de aceitar convite para compor o novo governo eleito representa um grave descrédito para a Justiça. Moro foi recompensado por Bolsonaro com um super ministério por ter perseguido e prendido Lula injustamente";

Eduardo Bolsonaro (PSL), deputado federal

"O convite a Moro segue o que Jair Bolsonaro falou durante a campanha eleitoral, o compromisso de nomear pessoas técnicas para as respectivas pastas."

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.