O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que não se intrometerá na crise de governo envolvendo o filho do presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno.
"Isso não é problema meu", afirmou Maia, que tem boa relação com o ministro. "Eu não quero me intrometer nos conflitos internos do governo, ou dos parentes do presidente com o ministro, mas eu tenho uma grande admiração pelo Bebianno", disse nesta quarta-feira (13).
Nesta quarta, Carlos Bolsonaro, filho do presidente, acusou Bebianno de mentir sobre ter conversado com o presidente sobre a revelação de candidaturas laranjas do partido por reportagens da Folha.
Maia afirmou que Bebianno tem "todas as condições de fazer um grande papel na Secretaria-Geral" e que ele cumpriu um "papel importante" para o governo na eleição da Câmara.
"Ele é um cara muito correto, na minha eleição ele cumpriu um papel muito importante deixando claro que não haveria interferência do governo", afirmou.
Maia é mais próximo de Bebianno do que do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que trabalhou contra sua reeleição. Depois de vencer o pleito, ele aproveitou para agradecer ao ministro da Secretaria-Geral publicamente em entrevista.
No centro da crise estão o presidente atual do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE), e Bebianno, que presidiu o partido no ano passado, inclusive durante o período eleitoral. Bolsonaro quer uma solução rápida para o caso, discutiu com o ministro e o fez cancelar agendas, o que aumentou a pressão entre aliados para que Bebianno deixe o governo.
Nesta quarta (13), a Folha revelou ainda que Bebianno liberou R$ 250 mil de verba pública para a campanha de uma ex-assessora, que repassou parte do dinheiro para uma gráfica registrada em endereço de fachada —sem maquinário para impressões em massa.
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