O deputado eleito Gil Diniz, líder da bancada do PSL, diz que pedirá ao Ministério Público de São Paulo que investigue as contas da campanha de Cauê Macris (PSDB) à reeleição para deputado estadual.
Cauê é presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo e tentará se reeleger ao cargo no próximo dia 15, início da nova legislatura na Casa.
Gil afirma que há suspeita na compensação de cheques no valor de R$ 266 mil da campanha de Cauê por um posto de combustíveis do qual o tucano é sócio, em Limeira (SP). Seu pai, o deputado federal Vanderlei Macris, compensou outros R$ 615 mil. A transação foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Apesar dos repasses, a empresa do deputado não aparece na relação oficial de fornecedores das duas campanhas. Eles afirmam que o posto servia apenas como intermediário de pagamento de cabos eleitorais que não têm conta e moram no interior.
Nas contas de Cauê e do pai analisadas pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), os cheques não são mencionados.
Gil Diniz já havia ido à Promotoria pedir apuração sobre doações de R$ 103,5 mil que nove funcionários comissionados da Assembleia, entre assessores e diretores, fizeram para Cauê.
Em ambos os casos, o tucano nega irregularidades e diz que agiu dentro da lei e que sua prestação de contas foi aprovada na Justiça Eleitoral.
O depoimento de Gil foi enviado ao procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, a quem cabe decidir sobre o encaminhamento do caso.
O parlamentar do PSL diz que pode adicionar as informações sobre o posto de combustíveis ao pedido de investigação já aberto ou apresentar um novo requerimento.
“As explicações dadas até agora não foram satisfatórias”, afirma Gil. Janaina Paschoal, sua colega de partido e oponente de Cauê na disputa pela presidência da Casa, também se disse favorável a uma investigação. Ela diz, porém, que não entrará com pedido.
“É uma situação tão grave que o Ministério Público haveria de agir de ofício [por iniciativa própria]. Por envolver uso de dinheiro do fundo eleitoral, até mesmo a Polícia Federal poderia agir”, diz Janaina.
Em nota, Cauê afirmou que, “para facilitar o pagamento de cabos eleitorais, muitos deles sem conta bancária”, utilizou o posto “para descontar cheques e garantir a agilidade do pagamento aos trabalhadores”.
Diz que fez isso “de maneira totalmente transparente e legal, como pode ser comprovado na sua prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral”.
Segundo ele, “os cheques emitidos foram nominais e os colaboradores tiveram contrato de trabalho, foram pagos e assinaram recibo”.
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