Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Bolsonaro diz que vai recorrer de absolvição de Adélio

Presidente afirma que há 'um armado' e que vai até as últimas consequências no caso

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse no fim da tarde desta sexta-feira (14) que vai recorrer e irá até as últimas consequência em relação à decisão do juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Federal de Juiz Fora, em Minas Gerais, que absolveu Adélio Bispo, autor da facada no então candidato ao Palácio do Planalto.

O magistrado, que havia decidido que ele é inimputável (ou seja, não pode responder por seus atos), já determinou que Adélio cumpra medida de segurança pelo ataque.

"Estou tomando as providências jurídicas, vou recorrer", disse Bolsonaro.

"Este é um crime contra um candidato a presidente da República, que atualmente tem mandato. Devemos ir às últimas consequências nesta situação aí", afirmou Bolsonaro ao descer do carro para cumprimentar turistas que o aguardavam na entrada do Palácio da Alvorada.

Na decisão, proferida nesta sexta-feira (14), o juiz diz que, com a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, não há dúvidas sobre a autoria do crime. Mas, como o réu tem transtorno mental e é considerado inimputável, o magistrado decidiu por absolvição imprópria e internação por medida de segurança.

Bolsonaro disse que, a partir de agora, há um "circo armado".

"Se não houver recurso e for transitado em julgado, caso Adélio queira falar que quem pagou a ele para tentar me assassinar não tem mais valor jurídico, ele é maluco. Isso que está acontecendo. Agora, se fosse o contrário, o que estariam pensando ao meu respeito? A gente sabe que o circo é armado, tentaram me assassinar, sim", disse Bolsonaro.

O presidente afirmou também que tem "convicção" de quem mandou matá-lo, mas que não poderia falar para não fazer pré-julgamentos.

Bolsonaro disse que verificará o custo do recurso, mas que é preciso fazer algo a respeito.

"Nem que tenha que gastar alguma coisa minha para tomar providência neste sentido porque este cara não pode ficar na situação que está", afirmou o presidente da República. "Vou ver quanto custa, se eu tiver para pagar... Caso contrário, eu lamento."

O presidente comparou seu caso ao do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel (PT), morto em 2002. À época Daniel havia sido escolhido para coordenar a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva naquele ano. A Promotoria sustentou que Celso Daniel foi morto por descobrir um esquema de corrupção na prefeitura.

"Quase que fui, guardadas as devidas proporções, um outro Celso Daniel. Quando é que o PT, o partido do Lula, falou em apurar o caso Celso Daniel? É um caso que escancara as vísceras de qualquer um, que foi, sim, um crime encomendado em cima do Celso Daniel, que ele foi torturado antes para dizer onde estavam os dossiês", afirmou Bolsonaro.

"O que o PT fez no tocante a este assunto? Ficou quieto. Porque ali poderia botar um ponto final numa carreira que não tinha começado, do Lula, ainda. Porque em 2002, foi o episódio, foi quando ele se elegeu presidente da República", acrescentou ele.

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