Executivos discutem futuro do jornalismo mundial e como atrair leitores

Pela primeira vez no Brasil, evento debate mídia e faz homenagem ao ministro Celso de Mello por defesa da liberdade de imprensa

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Rio de Janeiro

Em quais histórias vale a pena investir? Foi a pergunta (sem resposta) que fez Josh Schwartz, chefe de dados da Chartbeat, empresa que analisa o comportamento de leitores em site de notícias.

Ele tentava explicar à plateia, composta de executivos de empresas de mídia de ao menos 22 países, principalmente da América Latina, o que vem mudando em termos de consumo de jornalismo no mundo.

É para responder a perguntas como essa que eles se reúnem nesta semana no Hotel Grand Hyatt, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, em dois dias e meio de palestras, desta segunda (11) até quarta-feira (13).

O evento, chamado Digital Media Latam, é promovido anualmente desde 2013 e acontece no Brasil pela primeira vez neste ano. Ele é organizado pela Associação Mundial de Editores de Notícias (WAN-IFRA, na sigla em inglês).

Jornal sendo rodado em rotativa do Centro Tecnológico Gráfico-Folha, em Tamboré (SP)
Jornal sendo rodado em rotativa do Centro Tecnológico Gráfico-Folha, em Tamboré (SP) - Eduardo Knapp - 30.nov.10/Folhapress

Os mais de 350 empresários de mais de 80 empresas discutem nesses dias como atrair e fidelizar leitores, quais modelos de assinatura e negócio podem dar certo e quais tipos de narrativa funcionam.

Josh Schwartz, da Chartbeat, bateu na tecla do "mobile", que deve ser prioridade dos editores. Ele citou que a participação dos celulares nas buscas do Google, por exemplo, passou de 50% para 80% em apenas três anos, enquanto o uso do computador vem caindo continuamente.
 
Por outro lado, o leitor do desktop tem sido mais leal: quase nenhum dos usuários que leem no celular estão logados (registrados) nos sites midiáticos analisados pela plataforma.

O "lugar" de onde o leitor vem também faz diferença. Quem chega até a notícia por newsletters (emails com as principais novidades) e por mensagens no WhatsApp ou Instagram têm mais chances de fazer um cadastro e mais tarde adquirir uma assinatura no veículo.

Analisar a última história que o usuário leu antes de decidir realizar essa assinatura também pode ser uma boa forma de entender o próprio público, mas não há uma resposta mágica sobre como lidar com a audiência, lamenta ele.

A editora de digital e audiência da Folha, Camila Marques, participa de dois painéis da conferência, ao lado de veículos nacionais e internacionais: um sobre como os grandes veículos do Brasil têm feito a transição para o digital e o outro sobre os desafios de implantar uma estratégia de receita com assinantes na América Latina.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, recebe durante o evento o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa, pela defesa da democracia e do jornalismo independente.

Em abril deste ano, por exemplo, o magistrado anulou decisões da Justiça do Paraná que determinaram que a rádio Jovem Pan removesse de seu site um vídeo em que o jornalista Marco Antonio Villa fala sobre os salários do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Também são homenageados os jornalistas Ricardo Boechat, que trabalhava na Band, e Clóvis Rossi, decano da Redação da Folha, que morreram neste ano.

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