Desde o início da disseminação do novo coronavírus, no começo de 2020, Bolsonaro sempre falou e agiu em confronto com as medidas de proteção, em especial a política de isolamento da população.
Ele já usou as palavras histeria e fantasia para classificar a reação da população e da imprensa à pandemia. Dias atrás, por exemplo, afirmou: “Nós temos que enfrentar os nossos problemas, chega de frescura e de mimimi. Vão ficar chorando até quando?".
Bolsonaro também distribuiu remédios ineficazes contra a doença, incentivou aglomerações, atuou contra a compra de vacinas, espalhou informações falsas sobre a Covid-19 e fez campanhas de desobediência a medidas de proteção, como o uso de máscaras.
Agora, porém, diante do pior momento da pandemia, com mais de 270 mil mortos no país, e da entrada do ex-presidente Lula como seu provável adversário na disputa pela Presidência em 2022, Bolsonaro tem ensaiado uma adaptação do discurso e uma reconstrução de sua narrativa sobre o tema.
Neste sábado, o Brasil registrou 1.940 mortes por Covid e 70.934 casos da doença em mais um dia de elevado número de óbitos e infecções. Novamente, pelo 15º dia consecutivo, o país teve recorde de média móvel de mortes, chegando a 1.824.
O recorde anterior de média móvel era de 1.761. Agora já são 52 dias com a média acima de 1.000 mortes por dia. Esse dado é um instrumento estatístico que busca amenizar grandes variações nos dados (como costumam ocorrer nos finais de semana e feriado).
Com os dados deste sábado, o país chega a 277.216 mortes e a 11.439.250 infecções pelo Sars-CoV-2 desde o início da pandemia.
O Brasil vive o seu pior momento na pandemia, sem sinalizações de melhora no curto prazo.
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