Único modelo de tanque em desfile de Bolsonaro chama atenção com fumaça preta

Kürassier é utilizado pelo Corpo de Fuzileiros Navais; entenda diferença entre blindados

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São Paulo

O insólito desfile de blindados pelas ruas de Brasília na manhã desta terça (10) utilizou equipamentos deslocados do Rio de Janeiro para o maior exercício anual de forças terrestres da Marinha do Brasil, a Operação Formosa.​

Tanque leve SK-105 Kürassier, dos Fuzileiros Navais, solta fumaça ao passar pelo Palácio do Planalto
Tanque leve SK-105 Kürassier, dos Fuzileiros Navais, solta fumaça ao passar pelo Palácio do Planalto - Pedro Ladeira/Folhapress

Apesar de o uso da palavra tanque ter ganho manchetes e discursos de políticos, apenas um tipo dos veículos presentes, que protagonizaram vídeos e memes na internet pela fumaça desprendida e aparente má regulagem do motor a diesel, pode ser classificado de forma aproximada como tal.

Trata-se do carro de combate leve, ou tanque leve, SK-105 Kürassier. Os fuzileiros têm uma reduzida frota de 18 unidades desse antigo veículo austríaco, produzido desde os anos 1970 e incorporado em 2001.

O Exército opera tanques em si, modelo Leopard alemães e antigos M-60 americanos, mas eles não fazem parte deste exercício.

Segundo a definição do referencial "Balanço Militar", publicado anualmente pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, de Londres, só pode ser chamado de tanque (ou "tanque de combate principal", no jargão) veículos blindados sobre lagartas com um canhão de ao menos 75 milímetros montado em torre com giro e peso igual ou superior a 25 toneladas.

Abaixo disso vêm os tanques leves como o Kürassier (17 toneladas e canhão de 105 milímetros) e toda uma série de veículos blindados com funções diversas, como transporte de tropa e reconhecimento armado —como os famosos Cascavel da finada empresa brasileira Engesa.

Na manhã desta terça, passaram pela praça dos Três Poderes e pela Esplanada dos Ministérios blindados que são velhos conhecidos das Operações de Garantia da Lei e da Ordem no Rio, como o veículo de assalto anfíbio americano AAV-7A1.

O Brasil opera quase 50 desses monstrengos de 26 toneladas quando carregado, em ação desde o começo dos anos 1970 nos EUA, metade da frota sendo recente: os veículos foram comprados em 2014, após terem sido usados em ações como a tomada do Complexo do Alemão.

Outro esteio dos fuzileiros é o pequeno M-113, um venerando veículo de transporte de tropas sobre lagartas, obsoleto. Ele foi outra das estrelas do festival de fumaça durante o desfile.

Mais moderno, o veterano das GLOs do Rio Mowag Piranha, de fabricação suíça e comprado nos anos 2000 para operar inicialmente na missão de paz liderada pelo Brasil no Haiti, também foi deslocado.

Mais eficazes em Formosa são os lançadores múltiplos de foguetes da família Astros, talvez a principal ou única arma de dissuasão brasileira que causaria preocupações a um vizinho hostil.

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