Descrição de chapéu Folhajus STF

Jantar no Alvorada reúne Mendonça, Bolsonaro e evangélicos em véspera de sabatina

A pedido de deputados, presidente reuniu ministros e parlamentares religiosos em gesto de apoio a indicado ao STF

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Brasília

Nas horas que antecederam o início da sabatina pela qual vai passar na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, nesta quarta (1º), André Mendonça teve agenda intensa ao lado de evangélicos e mesmo um culto realizado em nome dele na Câmara dos Deputados.

Antes de seguir para a comissão, Mendonça tomou café da manhã com líderes do governo e ministros no Palácio da Alvorada, com a presença do presidente. O Planalto foi acusado de não se engajar muito pela sabatina do indicado "terrivelmente evangélico".

Enquanto isso, parlamentares faziam novo gesto ao indicado, com um culto realizado na Frente Parlamentar Evangélica na Câmara dos Deputados, com show de Aline Barros, uma das maiores cantoras gospel do país.

Bolsonaro, Mendonça e outras pessoas sentados à mesa. Diante dele, duas fileiras de homens sentados, usando terno
Na véspera de ser sabatinado no Senado, André Mendonça participa de jantar com o presidente Jair Bolsonaro e evangélicos no Palácio da Alvorada - Divulgação

Antes disso, na noite de terça (30), Bolsonaro promoveu um jantar no Palácio da Alvorada. O encontro foi organizado pela Frente Parlamentar Evangélica, que, segundo relatos, solicitou a Bolsonaro que participasse e oferecesse a residência presidencial.

Segundo relatos, deputados pediram a Bolsonaro que fizesse um gesto. O mandatário, por sua vez, chamou seus ministros, que compareceram em parte. Estiveram nove integrantes do governo.

Mendonça cogitou não ir, mas ao final, compareceu.

Na avaliação de aliados do presidente, o gesto configura sobretudo um aceno aos evangélicos, parte de seu eleitorado fiel, mais do que uma tentativa de angariar votos a Mendonça. Isso porque a maioria dos presentes era do segmento religioso e porque não havia senadores aptos a mudarem de votos no local.

O placar é considerado apertado. Segundo integrantes do governo, está 50% a 50%.

O presidente sempre diz que quem escolhe ministro do Supremo é o Senado, que ele apenas indica. A declaração é interpretada por parlamentares como sinal de falta de compromisso de Bolsonaro com o ex-AGU.

Houve orações por Mendonça, e muita cantoria gospel no piano do palácio. Em seu discurso, o ex-ministro da Justiça se emocionou quando falou que veio de uma cidade de 20 mil habitantes do Vale do Ribeira, Miracatu.

Mendonça também contou que viu vídeos de pastores que oraram por sua sabatina do alto do Monte Roraima. Também recebeu imagens de pessoas rezando em sítios e ao livre. A primeira-dama Michele Bolsonaro emocionou-se, segundo relatos, ao abraçar Mendonça, ao final do discurso.

ENTENDA TRAMITAÇÃO DAS INDICAÇÕES NO SENADO

  • A avaliação sobre a nomeação é feita pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Para iniciar o processo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), deve ler o comunicado da indicação em plenário, o que já foi feito
  • A principal etapa na comissão é a realização de uma sabatina do candidato pelos congressistas. Concluída a sabatina, a CCJ prepara um parecer sobre a nomeação e envia a análise ao plenário
  • A decisão sobre a indicação é feita em uma sessão plenária da Casa. A aprovação do nome só ocorre se for obtida maioria —ao menos 41 dos 81 senadores
  • Depois da aprovação pelo Senado, o presidente pode publicar a nomeação e o escolhido pode tomar posse no tribunal
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