Descrição de chapéu Eleições 2022

Lula visita catadores e diz que Haddad vai ganhar Governo de SP

Em negociação para ter Alckmin como vice, PT sofre pressão do PSB para abrir mão do ex-prefeito e apoiar França

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São Paulo

O ex-presidente Lula (PT) participou nesta quarta-feira (22) do evento Natal dos Catadores, em São Paulo, e fez um aceno público ao ex-prefeito Fernando Haddad em meio às negociações para que ele abra mão da disputa ao governo paulista no ano que vem, numa articulação que viabilizaria a entrada de Geraldo Alckmin no PSB para ser candidato a vice-presidente.

"Haddad, não sei se você esta percebendo que você vai ganhar o governo do estado de São Paulo", disse Lula olhando em direção ao ex-prefeito paulistano.

O principal obstáculo de Lula para firmar uma chapa com Alckmin em 2022 é o acerto em São Paulo que deriva da aliança nacional —Haddad e o ex-governador Márcio França (PSB) são pré-candidatos ao Governo de São Paulo, e um dos dois teria que abrir mão desse plano.

O ex-presidente Lula ao participar do Natal dos Catadores, em SP
O ex-presidente Lula ao participar do Natal dos Catadores, em SP - Bruno Santos/Folhapress

Nesta quarta, Lula esteve no Natal dos Catadores, organizado pelo Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável, chamou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de psicopata e criticou a atitude do mandatário em relação às vacinas contra a Covid.

Nos últimos 18 anos, o petista tem participado anualmente desse evento —em apenas duas ocasiões não esteve pessoalmente na festa dos catadores. Em 2011, quando se tratava de um câncer na laringe, Lula enviou uma mensagem pela então presidente Dilma Rousseff, que esteve com os catadores. No Natal de 2018, quando estava preso em Curitiba, enviou uma carta.

Nesta quarta, além de Haddad, Lula também esteve acompanhado de Gleisi Hoffmann, presidente do PT, do vereador Eduardo Suplicy, e da secretária de Relações Internacionais de SP, Marta Suplicy .

Alguns participantes do evento, que foi realizado na quadra do Sindicato dos Bancários de SP, no centro da capital paulista, seguravam cartazes de apoio a Lula, mas contrários a uma possível parceria com o ex-governador Geraldo Alckmin em uma chapa nas eleições de 2022.

Lula afirmou nesta quarta que nunca viu uma crise como a atual no Brasil. Segundo ele, não é só uma crise econômica, mas uma crise de ódio. O petista afirmou que Bolsonaro "vai sair sim, é o povo brasileiro que vai dar um golpe nele [nas eleições]".

O líder petista criticou a forma como a força policial e o poder público atuam em relação à população em situação de rua. "Precisamos humanizar e tirar o ódio deste país."

"Para que serve o governo, para que a gente elege prefeito, governador, só tem sentido eleger alguém se essa pessoa for cuidar da maioria do povo, e a maioria do povo é de trabalhador", disse Lula aos catadores.

​​Pesquisa Datafolha mostra que, num cenário sem Alckmin e com França, Haddad lidera a disputa ao governo paulista com 28%. O pessebista marca 19% e lidera com 28% em cenário sem o petista. Já na hipótese em que os três concorrem ao Palácio dos Bandeirantes, Alckmin tem 28%; Haddad soma 19% e França, 13%.

Aliados do ex-prefeito afirmaram que a candidatura dele ao Governo de São Paulo está consolidada e não há volta atrás. Petistas dizem ainda que Lula está empenhado em eleger Haddad governador com o apoio de Alckmin.

Já integrantes do PSB dizem que aliança nacional com Lula passa pela candidatura de França ao governo paulista.

No evento desta quarta, Lula disse aos catadores que "uma solução simples para começar a melhorar o Brasil" é "colocar o rico no Imposto de Renda e o pobre no Orçamento".

O petista criticou a Lava Jato e disse que a operação acabou destruindo a indústria brasileira e gerando desemprego "porque um juiz achava que político era tudo ladrão, mas agora todos eles viraram políticos". O ex-juiz Sergio Moro se filiou ao Podemos para ser candidato ao Planalto em 2022.

"Agora ele anda com cara de bunda nesse pais sem saber como se explicar", disse em referência às anulações dos seus processos após a atuação de Moro ter sido considerada parcial pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

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