Datafolha: Lula mantém 48% dos votos válidos, e decisão no 1º turno segue em aberto

PT reforçou apelo por voto útil, mas ex-presidente disse ser desfavorável a inibir candidaturas

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São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 48% dos votos válidos no primeiro turno, de acordo com a nova pesquisa Datafolha, o que mantém a indefinição sobre uma decisão já no primeiro turno ou um embate no segundo contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Na semana passada, o petista também marcava 48%.

Considerando a margem de erro de dois pontos, Lula teria hoje entre 46% e 50%. Para vencer já no primeiro turno, como quer o ex-presidente, um candidato precisa obter mais da metade do total de votos válidos, que desconta nulos e brancos e é o critério oficial para definir o pleito.

O ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) - Danilo Verpa/Folhapress e Reprodução/@Flow Podcast no YouTube

Feito de terça (13) a esta quinta-feira (15), o levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O instituto ouviu 5.926 eleitores em 300 municípios. A pesquisa, contratada pela Folha e pela TV Globo, está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-04099/2022.

No cenário geral, Lula tem 45% das intenções de voto e Bolsonaro, 33%. O terceiro colocado, Ciro Gomes (PDT), aparece bem atrás do atual presidente, com 8%. Uma parcela de 4% responde que votará nulo ou em branco, e 2% dos entrevistados não sabem responder como vão se posicionar.

Considerando somente os votos válidos, que são os levados em conta pela Justiça Eleitoral para proclamar o resultado das eleições, Bolsonaro tem 35% nesta nova pesquisa. Ciro registra 8%.

Como a possibilidade de vitória já em 2 de outubro segue existindo, a campanha do PT reforçou orientação aos filiados e militantes para buscarem votos para Lula nesta reta final de campanha.

A principal pressão se dá sobre eleitores que declaram apoio a Ciro, o que vem irritando o candidato do PDT. O ex-ministro, que já foi aliado de Lula e hoje o critica duramente, foi a público atacar a pregação de voto útil feita por setores do PT para convencer eleitores seus a migrarem para o petista.

Ciro chamou de "autoritários" e de "covardes" aqueles que fazem "qualquer negócio para ganhar no primeiro turno". Sua campanha prepara uma série de propagandas com argumentos distintos para rebater a manobra que o prejudica.

Lula tem buscado se distanciar publicamente da ofensiva sobre os apoiadores de Ciro, argumentando que é preciso ganhar votos de todos os lados, inclusive daqueles que hoje estão com Simone Tebet (MDB) e com o próprio Bolsonaro.

Nesta quinta-feira (15), o ex-presidente afirmou que não é "favorável à teoria de inibir os outros" a concorrerem e que "o povo tem que ter liberdade de escolher os seus candidatos". Ele disse, em tom de reclamação, que já foi vítima dos apelos por voto útil, mas nunca aceitou isso.

"Estou me esforçando para ganhar no primeiro turno, sempre me esforcei para ganhar no primeiro turno", reiterou, em entrevista à imprensa em Montes Claros (MG), antes de um comício.

Nesta semana, centrais sindicais divulgaram carta aos eleitores do pedetista pedindo voto em Lula para que ele vença no primeiro turno. As organizações dizem reconhecer o "valor de Ciro como pessoa e político", mas afirmam que o mais urgente hoje é evitar a reeleição de Bolsonaro.

Movimentos sociais de esquerda que apoiam Lula convocaram nesta quarta-feira (14) um esforço de mobilização antes do primeiro turno, conforme noticiou o Painel.

Grupos como Central de Movimentos Populares, Movimento dos Atingidos por Barragens, Movimento Camponês Popular e União Nacional por Moradia Popular afirmaram em nota que a eventual vitória imediata de Lula seria um passo rumo ao que chamam de "nossa missão histórica".

A estratégia é intensificar a campanha nas ruas e nas redes sociais, destacando propostas do petista para combater desigualdades e atacando mazelas do governo Bolsonaro.

O entorno do atual mandatário trabalha para levar a disputa para a segunda etapa, apostando em uma virada ao longo do mês de outubro capaz de fazê-lo superar Lula.

Colaborou Victoria Azevedo, de São Paulo

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