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Procuradoria cobra das Forças Armadas medidas para evitar politização do 7 de Setembro no RJ

Exército, Marinha e Aeronáutica foram notificadas sobre planos para prevenir envolvimento de militares e manifestações político-partidárias

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Rio de Janeiro

O Ministério Público Federal no RJ notificou as Forças Armadas sobre medidas para evitar que as celebrações oficiais do 7 de Setembro no estado sejam confundidas com atos de campanha.

A Procuradoria também cobrou formas de prevenir o envolvimento de militares em manifestações político-partidárias. Marinha e Aeronáutica têm até a manhã de quarta-feira (7) para expor seus planos sobre como evitar a politização do ato marcado para ocorrer na praia de Copacabana.

O presidente Jair Bolsonaro em cerimônia de substituição da bandeira nacional, em Brasília
O presidente Jair Bolsonaro em cerimônia de substituição da bandeira nacional, em Brasília - Alan Santos - 4.set.22/Presidência da República/Divulgação

O Exército foi o único que respondeu nesta segunda (5), mas não detalhou qualquer medida específica para evitar a politização dos atos.

O general Sérgio da Silva, chefe do Estado-Maior do CML (Comando Militar do Leste), afirmou em ofício enviado ao MPF que os eventos marcados no Rio de Janeiro são "demonstrações cívico-militares de amor pelo Brasil e contribuem para o fortalecimento de valores e para a manutenção da unidade nacional".

"Eventuais matérias veiculadas nos meios de comunicação não podem desvirtuar tal natureza e tampouco atribuir às instituições um papel que não lhes é próprio", afirma o general no documento.

O CML afirma ainda que as atividades previstas foram determinadas pelo Ministério da Defesa, cabendo ao comando de área apenas o planejamento da missão recebida.

A programação prevê oito horas de evento, com salva de tiros de canhão, saltos de paraquedistas, exibição da Esquadrilha da Fumaça e a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.

O atual chefe do Executivo tem feito convocações para os eventos do Bicentenário da Independência, numa tentativa de transformar as celebrações em um termômetro do apoio popular ao seu governo.

A notificação da Procuradoria não se refere a atos do presidente, responsabilidade do procurador-geral da República, Augusto Aras. A cobrança, assinada por três procuradores que atuam no Rio de Janeiro, foca a atuação do CML, do 1º Distrito Naval e do 3º Comando Aéreo Regional.

O trio é questionado sobre medidas para "prevenir que seus subordinados eventualmente se engajem em manifestação político-partidária", bem como "garantir que as celebrações relativas ao bicentenário não sejam confundidas com manifestações político-partidárias realizadas concomitantemente a elas".

O comportamento de Bolsonaro nesses atos ainda é imprevisível. Ele participa primeiro de uma parada militar em Brasília pela manhã e depois parte para o Rio, onde há previsão de maior carga política.

Em sua base eleitoral, está previsto o sobrevoo de helicóptero sobre a motociata realizada por apoiadores, marcada para sair do Monumento aos Pracinhas em direção a Copacabana.

A ala política do Palácio do Planalto vinha tentando esfriar os ânimos do presidente. Ele chegou a sinalizar que não discursaria, a fim de não repetir o confronto gerado no Dia da Independência no ano passado, quando chamou o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de canalha.

A autorização pelo ministro de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas, contudo, acirrou os ânimos. No sábado (3), ele se referiu a Moraes indiretamente como vagabundo em discurso num evento voltado para mulheres em Novo Hamburgo (RS).

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