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Bolsonaro volta a ameaçar frear Judiciário caso seja reeleito

Presidente participou de comício pela manhã; na noite deste sábado, falou a evangélicos na zona leste de São Paulo

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São Paulo


O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), criticou um decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que concedeu direito de resposta para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Jovem Pan. Sem citar a corte, o candidato à reeleição afirmou que a emissora foi alvo de censura e que isso não vai acontecer se ele vencer as eleições.

"Tenho certeza, se Deus quiser, após o dia 30 de outubro, com a nossa reeleição, a questão da liberdade se acalmará em nosso país. Haverá maior independência entre os Poderes", disse, citando a Jovem Pan. "Tenho certeza que, após as eleições, nenhum outro órgão de imprensa será atingido com censura."

Na segunda (17), os ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) concederam três direitos de resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Jovem Pan.

Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas em comício em Guarulhos - Ronny Santos/Folhapress

Os ministros aprovaram por 4 votos a 3 os recursos apresentados pela campanha de Lula para permitir que o petista rebata afirmações de que ele mente, não foi "inocentado" e que irá perseguir cristãos.

Não foi a primeira vez que o TSE concedeu direito de resposta a Lula contra a Jovem Pan.

No último domingo (16), a ministra Bucchianeri mandou a filial de Bauru (SP) da Jovem Pan, além de bolsonaristas e da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), divulgarem resposta de Lula contra acusações de envolvimento do petista no assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.

Em setembro, a mesma ministra havia concedido direito de resposta a Lula na Jovem Pan para rebater afirmações de comentaristas da rádio de que o petista atuaria em conluio com Moraes.

Durante o evento bolsonarista deste sábado, um comício em Guarulhos (Grande SP), a emissora de rádio e TV teve seu nome gritado pelo público. Bolsonaristas acusam a Justiça Eleitoral de censurar a emissora.

"Hoje a água bateu na cintura de toda a imprensa brasileira. Imprensa tem que ter liberdade até para errar", afirmou Bolsonaro sobre o assunto.

Bolsonaro chamou Lula de "ladrão" e "descondenado", e disse que ele fugiu de um debate no SBT. O uso do do termo "descondenado" é um dos que foram questionados pelo PT em sua ação relacionada à emissora.

O presidente esteve ao lado do seu candidato ao governo do estado em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do padre Kelmon (PTB), candidato à presidência no primeiro turno.

Tarcísio de Freitas, que lidera as pesquisas em São Paulo, apelou ao público para votar em Bolsonaro. Ele disse que uma vitória do atual presidente facilitaria trazer recursos para o estado.

O bolsonarista ainda prometeu levar o metrô para Guarulhos. "A primeira cidade fora da capital que terá metrô será Guarulhos", disse.

Bolsonaro participa de encontro com liderancas religiosas em Itaquera, na zona leste de São Paulo, na noite deste sábado - Rivaldo Gomes/Folhapress

Na noite de sábado, em evento na Igreja de Itaquera, na zona leste de São Paulo, Bolsonaro repetiu ao público evangélico seu discurso de pautas conservadoras, dizendo-se contrário ao comunismo, à ideologia de gênero, ao aborto e afirmando que o país não pode se tornar a Nicarágua, onde padres são presos.

O presidente não falou com a imprensa no evento e saiu antes do término para acompanhar um jogo do Palmeiras no Allianz Parque.

No seu discurso, Bolsonaro pediu apoio do público e disse que o "futuro da nação está em jogo".

"A decisão está nas mãos de cada um. […] Você é importante nessa guerra. […] Peço a Deus que ilumine cada um de vocês no próximo dia 30", afirmou.

Ele mencionou ainda a indicação do ministro André Mendonça ao STF (Supremo Tribunal Federal).

"Conseguimos colocar no Supremo Tribunal Federal um irmão nosso como ministro, terrivelmente evangélico. É uma garantia de que as nossas pautas, nossas famílias terão um guerreiro para nos defender", completou Bolsonaro.

O público gritou "mito" e "Lula ladrão" e acompanhou as orações a favor de Bolsonaro. O auditório não chegou a ficar lotado e havia lugares vazios.

Bolsonaro e Tarcísio participam de evento religioso na Igreja de Itaquera, na noite de sábado (22) - Rivaldo Gomes/Folhapress

Tarcísio também esteve no evento, onde recebeu uma bênção e foi aclamado como governador. Ele discursou sobre a eleição, citou salmos e disse que "a hora é decisiva".

"O senhor está ouvindo nosso clamor, está nos ajudando. […] Tenho certeza que Deus tem uma bênção declarada para esse estado e para esse país. […] É uma guerra espiritual em curso. É uma guerra de um lado que defende a família e a vida desde a concepção, repele as drogas", disse.

"É fundamental nesse momento se posicionar, convencer, declarar. […] Eu creio que Deus vai nos dar a vitória", completou Tarcísio.

O candidato a governador de São Paulo também falou sobre Bolsonaro. "A gente viu um presidente reunir o povo de Deus no Palácio da Alvorada e no Palácio do Planalto. Eu não tinha visto isso ainda em Brasília."

Material impresso de campanha de Bolsonaro e do candidato a governador de São Paulo foi entregue em caixas na entrada da igreja durante o evento. Algumas pessoas circulavam com adesivos dentro da igreja.

Os líderes das igrejas evangélicas presentes usaram metáforas bíblicas para se referir à disputa entre Bolsonaro e Lula como uma luta entre Deus e o mal. "O ungido de Deus é nosso presidente Jair Messias Bolsonaro. No próximo dia 30, vamos estar celebrando a maior vitória", disse o apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo.

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