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Bolsonaro usa tiros em Paraisópolis na TV em caso que até Tarcísio descarta elo político

Campanha de aliado do presidente foi interrompida nesta segunda-feira na capital paulista

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São Paulo

A campanha de Jair Bolsonaro (PL) levou ao ar na sua propaganda eleitoral o caso do tiroteio em Paraisópolis, na capital paulista, que encerrou a agenda do seu aliado Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao Governo de São Paulo, nesta segunda-feira (17).

"O candidato a governador de São Paulo Tarcísio de Freitas e sua equipe foram atacados por criminosos em Paraisópolis", afirma o locutor da propaganda de Bolsonaro.

Trecho da propaganda eleitoral de Bolsonaro transmitido na TV nesta segunda (17)
Trecho da propaganda eleitoral de Bolsonaro transmitido na TV nesta segunda (17) - Reprodução

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, general João Camilo Pires de Campos, disse que é prematuro afirmar que se tratou de um atentado e que a investigação está em andamento.

Ele disse ainda que as câmeras nos uniformes dos policiais, medida que Tarcísio critica, serão usadas na investigação.

Tarcísio afirmou que tratou-se de uma intimidação do crime e disse não acreditar que tenha sido alvo de um atentado. "Foi um ato de intimidação, um recado claro do crime organizado como ‘a gente não quer você aqui dentro’. É uma questão territorial e não tem nada a ver com a política", disse ele.

Um homem de 38 anos morreu no tiroteio –segundo a polícia, ele tinha registro sob suspeita de roubo.

Além do tiroteio em Paraisópolis, a propaganda lembrou que Bolsonaro foi esfaqueado durante a campanha presidencial de 2018. Também mencionou o caso em que um homem de 22 anos foi preso, na semana passada, suspeito de ter atirado contra uma igreja evangélica em Fortaleza (CE) momentos antes do início de culto com a participação da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

"Seguiremos trabalhando forte e de cabeça erguida contra o crime", completou o narrador na peça.

Candidato a vice na chapa do presidente, o ex-ministro Braga Netto também usou, para se referir ao episódio, o termo "atentado", rechaçada por Tarcísio.

"Você não entra em uma comunidade feito a do Alemão sem ter uma autorização do tráfico. Você tem que conversar com o tráfico antes. Porque mesmo que o tráfico não ataque, você podia ter tiroteio. Veja o que aconteceu com o Tarcísio, né, acabou de sofrer um atentado", disse, nesta segunda-feira (17), em entrevista à Rede Vida -- a primeira da campanha.

Em seguida, contudo, foi corrigido pelo apresentador, que negou a tese de atentado. Então, o candidato a vice recua: "Tiro no carro, vamos dizer assim".

A segurança pública foi tema discutido pelo presidente e por seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em debate promovido por Folha, UOL, TV Band e TV Cultura neste domingo (16).

Bolsonaro introduziu o assunto aludindo à transferência de líderes da facção criminosa PCC, como Marcos Camacho, o Marcola. O presidente buscou vincular o adversário ao PCC, perguntando se governos petistas não transferiram presos do grupo por "simpatia" a eles.

"[Quem] tem relação com miliciano, ele sabe que não sou eu", respondeu Lula, citando ter entregue cinco presídios de segurança máxima.

Bolsonaro também insinuou que o ex-presidente tenha "amizade com bandido", reforçando a narrativa das redes bolsonaristas nos últimos dias de que o petista teria feito campanha no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, após acordo com líderes criminosos locais.

"Eu sou o único candidato a presidente da República que tem coragem de entrar numa favela sem colete de segurança", disse o petista, dizendo que "o Bolsonaro é amigo dos milicianos". O ex-presidente negou relação com criminosos do Alemão e disse que ali moram trabalhadores e famílias.

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