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Lula faz ato no interior de MG e reúne Tebet, Marina e vice de Zema em palanque

Ex-presidente inicia visita de dois dias ao estado e pede empenho de aliados contra abstenção no segundo turno

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Belo Horizonte, Teófilo Otoni e Juiz de Fora

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou nesta sexta-feira (21) uma viagem de dois dias a Minas Gerais para a reta final da campanha de segundo turno.

O giro começou pela manhã em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e teve a presença da ex-senadora Marina Silva (Rede) e da senadora Simone Tebet (MDB) em uma caminhada pelo centro da cidade. À tarde, Lula esteve em Juiz de Fora, cidade onde Jair Bolsonaro (PL) sofreu uma facada na campanha de 2018.

Marina anunciou apoio a Lula em setembro. Já Tebet declarou apoio ao petista no começo de outubro, após ficar em terceiro lugar no primeiro turno.

Em discurso, Lula pediu empenho dos aliados contra a abstenção no segundo turno. Tebet citou a declaração "pintou um clima", dada por Jair Bolsonaro sobre meninas venezuelanas, e Marina declarou que, com o presidente, há confusão até nas igrejas.

Marina Silva está à esquerda de Lula e Tebet, à direita. As duas fazem sinal de positivo, com o polegar erguido. Os três estão sorrindo
Lula ao lado de Marina Silva e Simone Tebet em Teófilo Otoni - Ricardo Stuckert

O vice-governador do estado, Paulo Brant (PSDB), que rompeu com o governador Romeu Zema (Novo), também participou do ato. O tucano criticou o ex-aliado e elogiou Lula.

"Sei que o governador tem feito uma campanha acirrada, agressiva. O povo de Minas é esse que está aqui, amante da liberdade, e não vai se guiar pelo voto dos coronéis", afirmou, em discurso de cima de um veículo. Segundo o vice-governador, "Lula é a esperança para resgatar a esperança no país".

O ex-presidente criticou o governador Zema em sua fala. "O governador durante a campanha dele fingia que não tinha candidato [à presidência] porque sabia que 40% dos meus eleitores votavam nele. Agora que ganhou, caiu a máscara", afirmou.

Lula disse ainda que o governador irá à cidade com Bolsonaro nos próximos dias e fez um pedido. "Mostrem a eles que vocês têm candidato, que o número de vocês é 13", afirmou.

Segundo Marina, Bolsonaro usa o nome de Deus em vão. "O Bolsonaro não gosta dos pretos, não gosta das mulheres, não gosta dos indígenas. Até dentro das igrejas tá tendo briga, tá tendo confusão. Tá usando o nome de Deus em vão", discursou.

"Estamos aqui, prestem atenção: duas mulheres. Uma da Amazônia, outra do Mato Grosso. Uma mulher católica, uma mulher evangélica, uma mulher branca, uma mulher preta. Isso não nos separa. Isso nos une. É esse Brasil unido que nós queremos ver, para eleger se Deus quiser Lula presidente."

Na sua fala, a senadora Tebet disse que a declaração "pintou um clima", dada por Bolsonaro no episódio sobre as meninas venezuelanas do entorno de Brasília, é mais do que um crime. "Isso é pedofilia. E lugar de pedófilo é na cadeia. Eu não tenho medo. Eu não tenho medo. Já chamei o presidente de covarde. Não tenho medo de dizer que ele cometeu um crime", afirmou.

"E, quando tirarem a faixa dele, como o povo brasileiro vai tirar, veremos as 'rachadinhas', a compra de mansão com dinheiro vivo, os escândalos de corrupção deste governo", acrescentou.

Para Marina, o que está acontecendo no Brasil no momento é um movimento em legítima defesa da democracia. "É impossível ter democracia com 33 milhões de pessoas passando fome. É impossível ter democracia no Brasil quando indígenas, povo preto e mulheres são os mais prejudicados", disse.

A senadora Tebet foi na mesma linha. "Estou aqui porque amo a democracia, amo o Brasil e amo o povo brasileiro. Estou pronta para, junto com vocês, tirar da presidência da República esse presidente desumano, que não ama o Brasil."

O prefeito da cidade, Daniel Sucupira (PT), sem fazer menção direta, também se referiu ao episódio em que Bolsonaro diz que "pintou um clima" com meninas venezuelanas, cena explorada na campanha de Lula.

"Nós sabemos da importância do respeito às crianças e adolescentes", afirmou, ao longo de sua fala. O prefeito fez as funções de mestre de cerimônia no ato. Os discursos foram feitos ao longo da caminhada e, ao final, em um palanque.

Mais tarde Lula visitou Juiz de Fora, três dias após Bolsonaro ter visitado o município. Além de Tebet e Marina Silva, esteve com a prefeita da cidade, Margarida Salomão (PT).

Lula criticou Bolsonaro afirmando que ele não trabalha, "só vive fazendo conversa política e não discute nada que interessa ao povo". "Muitas vezes nós obrigamos ele a falar alguma coisa. Eu comecei a falar do preço dos combustíveis e ele resolveu diminuir."

Neste sábado (22), Lula fará caminhada em Belo Horizonte e Ribeirão das Neves.

Bolsonaro também priorizou Minas Gerais no segundo turno, sobretudo Belo Horizonte. Até agora esteve na capital três vezes. Encontrou empresários no dia 6, participou de culto com evangélicos no dia 12 e de ato com prefeitos no dia 14.

O presidente venceu Lula em Belo Horizonte no primeiro turno por 46,60% a 42,53% dos votos. O petista esteve na cidade no dia 9, para caminhada e comício, realizado na Praça Tiradentes, região centro-sul da capital. Em Minas Gerais o vencedor foi Lula, por 48,29% a 43,60% dos votos válidos.

Das três cidades em que ganhou de Bolsonaro, o melhor resultado foi em Juiz de Fora, com 52,62% a 38,41%. Em seguida vem Ribeirão das Neves, onde o ex-presidente ganhou de 49,31% a 42,74% dos votos válidos. A vitória em Teófilo Otoni foi mais apertada, de 48,74% a 45,34%.

Belo Horizonte é governada por Fuad Noman (PSD), aliado de Lula. Juiz de Fora e Teófilo Otoni são comandadas, respectivamente, por Margarida Salomão (PT) e Daniel Sucupira (PT).

Junynho Martins (DEM), que comanda Ribeirão das Neves, é bolsonarista e o único fora do espectro político do ex-presidente entre os chefes dos poderes executivos municipais das cidades que o ex-presidente visita nesta agenda de segundo turno em Minas.

Erramos: o texto foi alterado

Esta não foi a primeira vez que Marina participou de ato de campanha ao lado de Lula, como afirmado em versão anterior deste texto.

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