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Folha vence Grande Prêmio CNT de Jornalismo com série sobre a Codevasf

Reportagens revelaram a farra das pavimentações da estatal sob Bolsonaro com uso de verba das emendas do relator

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São Paulo

A Folha conquistou o Grande Prêmio CNT de Jornalismo de 2022 com uma série de reportagens que revelou dribles licitatórios e indícios de corrupção em meio a esquemas com empresa de fachada e direcionamentos diversos na estatal Codevasf no governo de Jair Bolsonaro (PL).

O prêmio, concedido pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) e que está em sua 29ª edição, é um dos principais do país e prestigia reportagens na área de transportes e mobilidade urbana.

As reportagens de autoria dos jornalistas Flávio Ferreira, Mateus Vargas e Guilherme Garcia foram publicadas a partir de abril e mostraram que a Codevasf mudou sua vocação histórica de fazer projetos de irrigação no semiárido para se tornar uma grande executora de obras de pavimentação e distribuidora de veículos, máquinas e produtos a redutos de padrinhos de emendas parlamentares.

Pavimentação feita pela empreiteira Engefort sob contrato com a estatal Codevasf na avenida Manoel Ribeiro, em Imperatriz (MA)
Pavimentação feita pela empreiteira Engefort sob contrato com a estatal Codevasf na avenida Manoel Ribeiro, em Imperatriz (MA) - Adriano Vizoni -30.mar.22/Folhapress

A série "Farra das pavimentações da Codevasf" provocou, por exemplo, a abertura de auditorias pelo TCU (Tribunal de Contas da União) que levantaram indícios da existência de um cartel de empresas de pavimentação nas licitações da estatal.

As informações da série também já foram usadas pela Polícia Federal em apurações de corrupção na Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), entregue por Bolsonaro ao centrão em troca de apoio político.

A investigação jornalística começou a partir de um levantamento do Deltafolha, setor de jornalismo de dados da Folha, sobre as empresas que mais receberam recursos federais nos últimos anos.

A apuração inicial durou quatro meses e aliou jornalismo de dados e investigação política e orçamentária em São Paulo e Brasília e apurações de campo nos estados do Maranhão e do Tocantins.

Além do prêmio principal, conquistado pela Folha, a CNT também premiou trabalhos por categorias.

No impresso, o vencedor foi a reportagem "A licitação superfaturada de ônibus escolares do FNDE", do jornal O Estado de S. Paulo. Na categoria internet, foi escolhida a publicação "O progresso passou e se esqueceu de mim", do site jornalístico Metrópoles.

Em vídeo, a vencedora foi a Rede Globo, com o trabalho "A máfia no transporte". A Rádio Cultura FM de Guarapuava (PR) ganhou na categoria áudio, com a veiculação do trabalho "Desafios do transporte público de Guarapuava".

Em fotojornalismo, o Metrópoles foi vencedor com "A ausência de asfalto em 88% das estradas brasileiras isola comunidades inteiras".

Na categoria Meio Ambiente e Transporte, a reportagem "Setor de transporte busca tecnologias além do motor elétrico para zerar emissões", de O Estado de S. Paulo, foi escolhida pela comissão do prêmio.

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