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Transição troca chefe da PRF e anuncia Arruda Botelho para secretaria na Justiça

Anúncios foram feitos por Flávio Dino, futuro ministro da Justiça de Lula

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Brasília

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública e senador eleito, Flávio Dino (PSB), anunciou nesta terça-feira (20) que Edmar Camata será o diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) do governo eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Dino também comunicou que o advogado Augusto de Arruda Botelho será o futuro secretário nacional de Justiça do novo governo. Houve ainda a divulgação de novos nomes para a cúpula da Polícia Federal.

A composição da equipe foi anunciada no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), local escolhido para a transição de governo em Brasília.

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Futuro ministro da Justiça e Segurança Pública e senador eleito, Flávio Dino (PSB) concede entrevista coletiva no CCBB, sede do governo de transição em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress

Camata comanda atualmente a Secretaria de Estado de Controle e Transparência do Espírito Santo. Formado em direito pela UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), ingressou na PRF em 2006. É mestre em Políticas Anticorrupção pela Universidade de Salamanca, na Espanha, e tem especializações em gestão integrada em Segurança Pública e Ministério Público e Defesa da Ordem Jurídica, além de MBA em gestão pública.

"É uma pessoa que tem amplo conhecimento da instituição, uma vez que a integra já há 18 anos, e, ao mesmo tempo, tem experiência de gestão", destacou Dino.

Segundo o ex-governador do Maranhão, a escolha por Camata leva em conta a ideia de "aperfeiçoamento, aprimoramento gerencial dessas instituições para que elas possam obedecer aos princípios da economicidade e da eficiência e, com isso, representar entregas para a sociedade".

Como mostrou a coluna da Mônica Bergamo, o futuro diretor-geral da PRF já foi um entusiasta da Operação Lava Jato e da atuação do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR) à frente do Ministério da Justiça. Nas redes sociais, Camata apoiou a condenação de Lula após a prisão do então ex-presidente em 2018.

Já Botelho iniciou carreira no escritório de Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça no primeiro mandato de Lula. É especialista em Direito Penal Econômico pela Universidade de Coimbra, em Portugal, em Direito Penal pela Universidade de Salamanca, na Espanha, e mestrando em Direito Penal Econômico na FGV (Fundação Getulio Vargas).

O anúncio do nome de Camata foi feito no mesmo dia em que o governo federal exonerou Silvinei Vasques do cargo de diretor-geral da PRF. Ele é investigado por três atos relacionados a um possível favorecimento ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano.

Um dos atos é a suposta leniência de Vasques em lidar com os bloqueios de rodovias organizados por caminhoneiros a partir da declaração da derrota de Bolsonaro pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Segundo Dino, as investigações administrativas e eventuais investigações policiais terão seguimento "nos termos da lei". "Não haverá nenhuma orientação do Ministério da Justiça quanto ao conteúdo de tais investigações. Essa exoneração em nada altera o curso dessas investigações, isso vale para todos, inclusive para esse senhor", disse.

Em relação à atuação da PRF, o ex-governador disse que "eventos pretéritos serão objeto da devida apuração legal" e garantiu que eles não se repetirão.

"A nova direção, que está sendo apresentada, tem todas as condições de autoridade legal, de autoridade moral para estabelecer a liderança desse contingente e confio muito no cumprimento dos deveres éticos e funcionais de cada integrante da Polícia Rodoviária Federal", completou.

De acordo com o futuro ministro, a previsão é que o novo diretor-geral da PRF venha para Brasília na próxima segunda-feira (26) para a realização de um planejamento conjunto com a atual equipe para que não haja interrupção nas rodovias federais que dão acesso ao Distrito Federal no dia da posse do presidente eleito Lula, agendada para 1º de janeiro de 2023.

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