Homens brancos são 10 dos 21 ministros que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou até o momento para compor o seu governo.
Na manhã desta quinta-feira (22), o petista divulgou 16 nomes para chefiar pastas na Esplanada. Outros cinco já tinham sido confirmados em dias anteriores.
Entre os 21 nomes já anunciados, seis são de mulheres. São elas Margareth Menezes (Cultura), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Nísia Trindade (Saúde), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Cida Gonçalves (Mulheres).
Quando se observa o critério racial, o levantamento aponta sete pessoas negras.
Para obter a informação, a Folha utilizou o critério de autodeclaração, seja nos registros de candidatura do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), seja em falas públicas. Nos casos dos nomes em que a informação não estava disponível, a reportagem indagou a cada um como se declarava.
Esther Dweck, Nísia Trindade e Cida Gonçalves não responderam até a publicação deste texto.
Tanto Flávio Dino (Justiça) quanto Rui Costa (Casa Civil) se declararam pardos nas eleições de 2018, quando ambos conseguiram a reeleição para os governos do Maranhão e da Bahia, respectivamente.
São os casos também de Luciana Santos e Jorge Messias (Subchefia para Assuntos Jurídicos).
Silvio Almeida (Direitos Humanos), ex-colunista da Folha, Anielle Franco e Margareth Menezes também estão entre os negros.
Já Wellington Dias, que vai chefiar o Ministério do Desenvolvimento Social, se declara indígena. Nesta quinta-feira (22), Lula o chamou de "nosso melhor índio", o que gerou críticas nas redes.
Os demais homens se declaram brancos.
Lula tem sido cobrado a compor um ministério diverso, com menos homens e mais pessoas não brancas. O próprio presidente eleito disse durante a primeira leva de anúncios que o grupo de ministros teria um perfil diverso.
"Vão ter outros ministérios. E vocês vão ver que a gente vai colocar muita gente pra participar. Vão ter mulher, homem, negros, índios, vamos tentar montar um governo que seja a cara da sociedade brasileira, em sua total plenitude. Não se preocupe com isso", afirmou ele a jornalistas na ocasião.
A declaração foi dada como justificativa ao fato de que os primeiros ministros anunciados eram todos homens: Flávio Dino na Justiça, Rui Costa na Casa Civil, Fernando Haddad na Fazenda, José Múcio Monteiro na Defesa e Mauro Vieira no Itamaraty.
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