Lula deve anunciar Haddad, Múcio, Dino e Rui Costa como ministros nesta sexta

Primeiro pacote de anúncio deve incluir nomes para Fazenda, Defesa, Justiça e Casa Civil, além de Mauro Vieira no Itamaraty

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Brasília

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar os primeiros integrantes de seu ministério nesta sexta-feira (9), segundo a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). A petista afirmou que Lula deve revelar "alguns nomes" que irão compor o primeiro escalão do novo governo.

Aliados de Lula dizem que ele deve confirmar os nomes de Rui Costa (PT) na Casa Civil, Flávio Dino (PSB) na Justiça, José Múcio na Defesa e Fernando Haddad (PT) na Fazenda.

Também deve ser anunciado o diplomata Mauro Vieira para o comando do Itamaraty —ele ocupou o posto no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.

Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, durante evento com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no CCBB
Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, durante evento com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no CCBB - Pedro Ladeira-2.dez.22/Folhapress

"Ele estava querendo deixar para depois da diplomação [marcada para 12 de dezembro], mas tem muita especulação, muita coisa. Aquilo que ele já tem certeza, que está certo, ele quer divulgar amanhã", disse Gleisi.

Ela participou na quinta de reunião do Diretório Nacional do PT —Lula acompanhou por vídeo. A presidente do PT disse que o tema não foi debatido no encontro.

"No domingo (11) serão entregues os relatórios finais de todos os grupos [técnicos da transição], então é bom mesmo já ter os ministros responsáveis por cada área que vão ter que fazer os encaminhamentos", continuou Gleisi.

O presidente do PV, o ex-deputado José Luiz Penna, disse após uma reunião com Lula que o petista confirmou que pretende anunciar os titulares da Casa Civil, Defesa, Fazenda, Justiça e Relações Exteriores. "Ele [Lula] disse que vai anunciar porque precisa andar", disse o dirigente do PV.

A assessoria de imprensa de Lula afirmou que o presidente eleito irá conversar com a imprensa na manhã desta sexta no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) de Brasília, sede do governo de transição.

Alguns dos nomes considerados como certos iniciaram conversas e articulações nas respectivas áreas em que devem atuar.

Haddad já se reuniu com representantes do Banco Mundial para discutir os investimentos da organização no Brasil. Ele também esteve com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

O ex-presidente do TCU (Tribunal de Contas da União) José Múcio, por sua vez, espera a oficialização pelo presidente eleito para conversar ainda nesta semana com os futuros comandantes das Forças Armadas e nomes designados pelo governo Jair Bolsonaro (PL) para a transição.

No Exército, foi escolhido o general Julio Cesar de Arruda. Nas outras Forças, Múcio e Lula selecionaram o almirante Marcos Sampaio Olsen (Marinha) e o brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica).

A ideia de Múcio e Lula foi seguir a tradição de escolher os oficiais-generais mais antigos para a chefia. O movimento é visto na caserna como um aceno da equipe de transição para diminuir as resistências de militares com a vitória de Lula.

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), declarou na quinta que o anúncio de ministros do governo deve ser feito de forma gradual e sem açodamento. Ele ressaltou que Lula já pensou nos primeiros nomes.

"Você vai gradualmente escolhendo os nomes, anunciando. Primeiro, não deve ter açodamento. Segundo, deve ser gradual mesmo, vai fazendo em paz. Ouvindo muito, o que é muito bom", ressaltou Alckmin.

Em meio ao anúncio dos primeiros nomes, o PT deve pleitear junto a Lula a presença do partido no comando de ministérios considerados estratégicos.

Gleisi disse que o PT prepara uma lista que será entregue a Lula até o começo da próxima semana com indicações de nomes do partido para esses postos-chave. Ela citou os ministérios da Fazenda, da Casa Civil, da Educação, da Saúde, do Desenvolvimento Agrário, do Desenvolvimento Social e das Cidades.

"Tem áreas que nós achamos que são estratégicas e importantes para o partido estar presente. Claro, o núcleo de governo, como Fazenda, Casa Civil, como é o partido do presidente da República acho que isso é até natural. Além de ser do partido tem que ser de muita confiança do presidente, de muita relação com o presidente."

Gleisi disse que o PT compreende que legendas aliadas devem participar do processo, mas pontuou que a legenda pleiteia esse espaço.

"Sabemos o tamanho que nós somos, o tamanho que é o PT, a importância que teve nesse processo. É o partido maior da coligação, o partido do presidente, nós também queremos colocar os nossos nomes, as nossas propostas para os ministérios."

Petistas afirmam que o partido tem a expectativa de comandar de dez a 12 ministérios. A legenda também cobiça as pastas da Cultura, da Articulação Política e a Secretaria-Geral da Presidência.

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