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Aras usa fala no STF para justificar atuação 'discreta' sob Bolsonaro e reclama da imprensa

Procurador-geral da República diz que posicionamento evitou que extremistas se manifestassem contra regime democrático

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Brasília

O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que seu órgão teve propositalmente atuação "discreta" sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, evitando assim que "extremistas de todas as naturezas e ordens manifestassem contra o regime democrático".

A declaração foi dada durante a abertura do Ano Judiciário no STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quarta-feira (1º). Aras se dirigiu ao presidente Lula (PT), também presente na cerimônia, ao fazer tal declaração e criticou a imprensa.

Augusto Aras, no STF
Augusto Aras, no STF - Gabriela Biló/Folhapress

Aras ressaltou o trabalho da PGR (Procuradoria Geral da República) contra golpistas que depredaram as sedes dos três Poderes no dia 8 de janeiro e disse que, até essa data, a PGR ofereceu 525 denúncias, 14 pedidos de prisão e 9 requerimentos de busca e apreensão.

"Esta grande busca pela responsabilização dos culpados lamentavelmente ocorre. Mas não podemos esquecer: o Ministério Público e este Poder Judiciário, durante os anos anteriores, senhor presidente da República Luiz Inácio, teve de forma discreta, estrategicamente discreta, evitando que extremistas de todas as naturezas e ordens se manifestassem contra o regime democrático. Não obstante, muitas vezes nós ouçamos pela imprensa que nada foi feito pelo ministério", disse.

Aras também afirmou que agirá preventivamente sempre que for necessário para reprimir os atentados à democracia e que o MPF deve demonstrar as suas qualidades e generosidade e fidelidade à Constituição Federal.

"Nós, cidadãos do estado democrático de direito, precisamos dizer todos os dias: democracia eu te amo, eu te amo, eu te amo, porque esta democracia conquistada a duras penas exigiu sangue, suor e lágrimas de muitos brasileiros e de muitos outros que não antecederam no processo civilizatório", declarou.

No fim de sua fala, o procurador-geral da República elogiou o ex-senador Demóstenes Torres, que teve o mandato cassado em 2012, quando veio a público o material contido nas operações Monte Carlo e Vegas.

Ambas revelavam uma ligação próxima do então parlamentar com o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Segundo Aras, Demóstenes, que é ex-procurador-geral de Justiça de Goiás, é "um homem erudito", que "declara o seu amor à sua companheira e toma por exemplo, também, a senhora Rosângela Silva, prestando uma homenagem ao companheirismo também de sua excelência nos momentos mais difíceis de todos".

Demóstenes, atualmente, advoga para o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, preso após o ataque ao Supremo.

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