Múcio sugere mudar nome do GSI e mantê-lo sob comando militar

Ministro, que integra comitiva de Lula na Europa, afirma que órgão 'é necessário'

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Lisboa

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse nesta sexta-feira (21) ser contrário à extinção do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), mas sugeriu uma possível mudança de nome do órgão.

"Acabar [com o GSI], não. O que pode é até mudar de nome, colocar outra sigla. Mas aquilo é necessário, é um instrumento de trabalho e de apoio do Presidente da República", afirmou.

Múcio e Lula durante evento em Brasília - Lucio Tavora-19.abr.23/Xinhua

Múcio defendeu, no entanto, a manutenção do gabinete no modelo atual, sob comando de um militar. "Isso [a decisão sobre o comando] não cabe a mim, mas eu acho que não se devia mexer nisso agora."

As declarações foram feitas em Lisboa. Múcio integra a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua viagem oficial à Europa no terceiro mandato.

O ministro aproveitou para elogiar o general Gonçalves Dias, que pediu demissão da liderança GSI após a divulgação das imagens do circuito interno de segurança do Planalto, reveladas pela CNN Brasil. As imagens mostram uma ação colaborativa de agentes do órgão com os golpistas e a presença de Gonçalves Dias durante os ataques de 8 de janeiro.

"O GDias é um homem de bem, sério, bem-intencionado. É um dos melhores amigos do presidente da República, uma amizade construída em tempos de dificuldade, 20 anos de amizade", relembrou.

O destino do general foi selado em meio à recusa de divulgar imagens da invasão ao Planalto.

Uma semana após os ataques de 8 de janeiro, o governo divulgou vídeos editados, em particular com trechos que evidenciavam que os militantes eram aliados de Bolsonaro. No entanto, recusou um pedido da Folha, via Lei de Acesso à Informação, para divulgar a íntegra das gravações.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou nesta sexta a quebra de sigilo das imagens de 8 de janeiro das câmeras de segurança do Palácio do Planalto e o depoimento dos servidores do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) que aparecem nas cenas.

Na decisão, o ministro exige o envio de "todo o material existente" em poder do GSI em até 48 horas, e afirma que a "preservação integral das imagens" "será aferida em posterior perícia".

No despacho, Moraes também determina que o ministro interino do GSI, Ricardo Capelli, envie cópia integral da sindicância instaurada, no âmbito do GSI, para apuração das condutas dos agentes públicos civis e militares envolvidos no episódio.

Invasões do MST

Em Lisboa, o ministro da Defesa criticou a recente onda de invasões do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e afirmou que a situação não é boa para o governo.

"Eu acho que eles [MST] não estão ajudando. Se eles são partidários do presidente, eles não estão ajudando. Não é uma coisa boa para o governo, não é uma coisa que a sociedade aceita. Essas coisas têm de ser feitas sem vandalismo, sem depredação", disse.

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