Descrição de chapéu Folhajus TSE

Bolsonaro volta a explorar posição do PDT sobre voto impresso em reta final no TSE

Ex-presidente divulga vídeo de Carlos Lupi, presidente do partido e ministro de Lula, com defesa de voto impresso

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Brasília

Jair Bolsonaro (PL) compartilhou em uma rede social nesta quarta-feira (28) vídeo em que Carlos Lupi, ministro da Previdência do governo Lula (PT), faz defesa do voto impresso.

O ex-presidente disse que Lupi, também presidente do PDT, é o autor da ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pode levá-lo à inelegibilidade e tenta explorar eventual contradição por parte do político aliado de Lula. Não foi a primeira vez que Bolsonaro adotou a estratégia.

Bolsonaro conversa com jornalistas após visita ao gabinete do filho Flávio no Senado Federal - Gabriela Biló /Folhapress

Na noite desta terça (27), dando continuidade ao julgamento iniciado na semana passada, o corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, apresentou voto para tornar Bolsonaro inelegível. A análise da ação será retomada nesta quinta (29), com os votos dos demais seis ministros.

O processo se baseia na reunião, de julho do ano passado, do então presidente com embaixadores em que fez acusações contra o modelo eleitoral brasileiro sem apresentar provas.

"No dia de ontem, 27 de junho, o senhor ministro Benedito Gonçalves, relator, deu o seu voto pela minha inelegibilidade por 8 anos, sob a acusação de abuso de poder político numa reunião com embaixadores. Agora, o autor da ação é o senhor Carlos Lupi, presidente do PDT e atual ministro da Previdência Social do Lula. Veja o que ele disse há poucos meses sobre esse mesmo assunto:"

"Sem a impressão do voto, não há possibilidade de recontagem. Sem a recontagem, a fraude impera", afirmou o presidente do PDT, na gravação, publicada em rede social em maio de 2021.

Lupi já rebateu o ex-presidente. Disse que Bolsonaro, para fustigar o partido, adotou a estratégia de relembrar a posição do dirigente no debate sobre voto impresso e urnas eletrônicas.

"O sistema foi aperfeiçoado e é comprovadamente seguro. A própria eleição desse senhor em 2018 comprovou isso", disse Lupi à Folha, ao contestar a argumentação do ex-presidente.

Lupi sempre combateu a tese de que o partido —que concorreu à Presidência com Ciro Gomes em 2022— estivesse embarcando na estratégia bolsonarista para deslegitimar o sistema. Ele costumava frisar a necessidade de ter instrumentos para realizar uma auditoria, se fosse preciso.


A defesa de Bolsonaro explorou mencionou o posicionamento do PDT sobre as urnas nos autos da ação, para sustentar a tese de que as declarações aos representantes estrangeiros ocorreram dentro de um debate legítimo sobre as urnas.

"E, conforme consta das provas indicadas —apenas a título ilustrativo sobre a absoluta normalidade das propostas de aprimoramentos no sistema de votação—, mesmo o partido investigante [PDT] contém quadros de primeira grandeza que apoiam substancialmente a mesma proposta encampada pelo primeiro investigado [Bolsonaro]", diz trecho de manifestação dos advogados do ex-presidente.

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