Descrição de chapéu Folhajus TSE

Ministro do TSE sob pressão de Bolsonaro para pedir vista indica que votará nesta quinta; veja vídeo

Raul Araújo classificou como excelente o voto do relator pela inelegibilidade do ex-presidente

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Pressionado por Jair Bolsonaro (PL) a pedir vista e interromper o julgamento que pode deixar o ex-presidente inelegível, o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Raul Araújo sinalizou que deve votar na manhã de quinta-feira (29), na retomada da sessão de análise do caso.

A manifestação foi feita após o voto do ministro relator da ação, Benedito Gonçalves, nesta terça (27). O presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes, consultou Araújo se preferia se manifestar naquele momento ou na sessão de quinta.

Citando como justificativa o horário da sessão, o ministro afirmou que "talvez na quinta-feira fosse mais adequado" dar continuidade, sem pedir o adiamento do voto.

Sentado em uma poltrona vermelha diante de uma parede de madeira, Araújo, um homem branco, cabelos castanhos, camisa clara e gravata listrada com togo preta sobre o paleto, ajeita os óculos com a mão direita
O ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Raul Araújo durante sessão de julgamento da chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro - Pedro Ladeira/Folhapress

Araújo também cumprimentou o relator Benedito Gonçalves pelo "voto profundo com excelente exame acerca do caso". O ministro e corregedor-geral do TSE se manifestou pela inelegibilidade de Bolsonaro e contra a de Walter Braga Netto, vice na chapa do ex-presidente no pleito de 2022.

Conhecido pelo viés mais tradicionalista em julgamentos e pela proximidade com o campo conservador, Raul Araújo foi pressionado por Bolsonaro a pedir mais tempo para analisar o caso, interrompendo o julgamento com o chamado pedido de vista. O ministro era tido como um dos possíveis votos a favor do ex-presidente.

Natural de Fortaleza, Raul Araújo é ministro do STJ desde 2010. Nas eleições de 2022, ele deu a decisão que proibiu manifestações políticas de artistas no festival de música Lollapalooza, depois que a cantora Pabllo Vittar levantou uma bandeira do então candidato Lula (PT) durante seu show.

O ministro derrubou sua própria liminar dias depois, quando o PL desistiu da ação. O partido recuou depois que Bolsonaro, irritado com a repercussão do caso, ordenou que o presidente do partido, Valdemar Costa Netto, voltasse atrás e retirasse a ação do TSE.

Nessa ocasião, Araújo responsabilizou o PL pela tentativa de censura e disse que decisão de multar o evento por causa das manifestações anti-Bolsonaro foi tomada com base na compreensão de que a organização do evento promovia propaganda política ostensiva estimulando os artistas a se manifestarem politicamente, o que não era verdade.

O ministro é bacharel em direito pela Universidade Federal do Ceará e em economia pela Universidade de Fortaleza. Ele exerceu as funções de advogado, promotor e procurador-geral do Estado do Ceará antes de tomar posse como desembargador do Tribunal de Justiça de seu estado, em 2007.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.