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Processo contra senador flagrado com dinheiro na cueca avança no Conselho de Ética

Colegiado não se reunia desde 2019; além de Chico Rodrigues, quatro senadores tiveram representações admitidas

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Brasília

O Conselho de Ética deu andamento a processos disciplinares contra o senador Chico Rodrigues (PSB-RR), flagrado com dinheiro na cueca, e outros quatro parlamentares: Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo Lula (PT) no Congresso, Cid Gomes (PDT-CE), Jorge Kajuru (PSB-GO) e Styvenson Valentim (Podemos-RN).

O conselho se reuniu nesta quarta-feira (14) pela primeira vez desde 2019 e se debruçou sobre parte das denúncias que estão paradas há cinco anos.

Para tentar dar celeridade aos trabalhos, o presidente do colegiado, senador Jayme Campos (MDB-MT), pediu uma análise jurídica da Advocacia do Senado para avaliar quais representações cumprem os requisitos mínimos.

Senador Chico Rodrigues no plenário da Câmara dos Deputados durante sessão do Congresso, em 2022 - Edilson Rodrigues-22.dez.22/Agência Senado

Dos 43 pedidos que estavam acumulados na pauta, a Advocacia analisou 12 até o momento. Seis foram admitidos na sessão desta quarta, seis foram arquivados e um —contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)— foi retirado de pauta.

O exame preliminar da admissibilidade não entra no mérito dos casos. A ideia é analisar apenas questões formais, como a legitimidade de quem fez o pedido e a contemporaneidade dos fatos com o período do mandato.

Após essa primeira etapa, as petições serão convertidas em denúncia —referentes a casos menos graves, que levam apenas à advertência ou censura— ou representações —que podem levar o senador a ter o mandato cassado ou perdido temporariamente.

No caso de Chico Rodrigues, o pedido de abertura de processo foi apresentado pelos partidos Rede Sustentabilidade e Cidadania. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi sorteado relator do caso.

O senador foi flagrado em 2020 em uma operação da PF (Polícia Federal) contra o desvio de recursos destinados ao combate da Covid-19. Ele chegou a ser afastado do cargo por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e só retornou ao mandato em fevereiro de 2021.

Na época, o parlamentar afirmou em carta aos colegas que nunca cometeu nenhum ilícito e que não conseguiu "manter o comportamento de equilíbrio mais adequado" porque entrou em pânico com a chegada da PF.

Já o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é alvo de um pedido das siglas PT, PSOL e Rede Sustentabilidade por suposto envolvimento com milícias do Rio de Janeiro. O presidente do colegiado afirmou que a representação será analisada na próxima sessão, ainda sem data.

Uma outra petição contra Flávio Bolsonaro foi arquivada na sessão desta quarta.

O Conselho também arquivou pedidos contra os senadores Jayme Campos (presidente do grupo), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Humberto Costa (PT-PE), Damares Alves (Republicanos-DF), além do ex-senador Paulo Rocha (PT-PA).

Após o processo, o Conselho de Ética pode propor advertência, censura, perda temporária do mandato ou cassação. As duas últimas punições precisam ser aprovadas também pelo plenário do Senado.

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