Descrição de chapéu Congresso Nacional

Único senador do PL a votar com governo Lula diz que deixa sigla para não brigar

Zequinha Marinho, do Pará, justificou saída por perda de poder no diretório regional; congressista foi para o Podemos

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Carolina Nogueira
Brasília | UOL

O senador Zequinha Marinho (PA) foi o único parlamentar do PL a votar a favor da medida provisória de reestruturação dos ministérios. Se a MP fosse reprovada, seria a maior derrota do atual governo Lula (PT). Mas agora ele não é mais do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): decidiu ir para o Podemos.

Marinho justifica que deixou o Partido Liberal após ter perdido poder no diretório regional. "Eu não vou brigar com ninguém, os incomodados que se mudem", declarou ao UOL.

Insatisfeito, ele se filiou ao Podemos, anunciando o fato na quarta-feira (31). Mas a troca de partido passou a constar no site do Senado apenas nesta sexta (2).

Senador Zequinha Marinho, de braços cruzados, sentado em cadeira no Congresso Nacional
Senador Zequinha Marinho comunicou saída do PL ao Senado após votação do MP da Esplanada, em que votou junto ao governo - Jefferson Rudy/Agência Senado

Durante a votação da MP, na última quinta (1º), Marinho ainda era do PL, pois não havia comunicado a mudança ao Senado. Seu voto foi favorável ao governo Lula, embora ele representasse uma sigla da oposição.

Como o Podemos orientou a bancada para aprovar a MP, outros três senadores do partido também chancelaram a medida provisória.

Apenas o bolsonarista Marcos do Val votou contra. Ao todo, foram 51 votos a favor, 19 contrários e uma abstenção no Senado.

Por que o senador deixou o PL?

Em março, o PL editou uma resolução que enfraqueceu os presidentes dos diretórios estaduais. A medida transferiu o poder de decisões importantes, como a coordenação dos grupos regionais, para os deputados federais e estaduais.

Marinho, que era presidente do diretório no Pará, afirmou que o texto o transformou em "rainha da Inglaterra" —em alusão ao papel figurativo de Elizabeth 2ª, já que o regime é de monarquia parlamentar, comandado pelo primeiro-ministro.

Com a mudança, o PL fica com 11 integrantes no Senado —o Podemos tem 5 senadores.

O congressista também afirmou que reconhece a importância dos deputados federais para o crescimento do partido, mas que não tem "perfil inerte" para apenas assinar papéis. Decidiu deixar a presidência do diretório em 19 de maio e, assim, evitar brigas internas.

"Quando tira isso da mão do coordenador chefe e põe na coordenação do deputado, o chefe perde a função. Então deixa quieto", disse. Essa resolução, com esse tipo de procedimento, nos fez tomar a decisão de buscar outro espaço para trabalhar."

O que é a MP da Esplanada

A MP da Esplanada foi o texto editado pelo governo para criar a estrutura atual de 37 pastas. Caso não fosse aprovada no Congresso, a estrutura voltaria a ter a formação do governo Bolsonaro.

A medida foi aprovada na Câmara na noite da última quarta (31), com 337 votos a favor e 125 contra, um dia antes do fim do prazo para apreciá-la. Na quinta, passou pelo Senado.

A votação na Casa ocorreu após o governo Lula negociar com os deputados e ceder. A gestão petista autorizou na terça-feira (30) R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares, em meio ao risco de o presidente sofrer a maior derrota no Congresso neste mandato.

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