Descrição de chapéu Folhajus STF

Barroso, novo presidente do STF, acumulou embates com bolsonarismo; veja casos

Episódios incluem pedido de impeachment, 'perdeu, mané' e 'extraterrestres'

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São Paulo

Luís Roberto Barroso, empossado presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira, acumula embates e polêmicas com bolsonaristas.

Um desses episódios gerou um pedido de impeachment do ministro. Em 12 de julho, durante participação em congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), Barroso disse que "nós derrotamos o bolsonarismo".

Cinco dias depois, congressistas aliados a Jair Bolsonaro (PL) protocolaram o pedido de impeachment, alegando que o ministro exerceu atividade político-partidária.

A imagem mostra três homens brancos sorrindo
Os ministros Luís Roberto Barroso (STF) e Flávio Dino (Justiça) na abertura de congresso da UNE - Yuri Salvador/UNE

A declaração gerou desgaste no Supremo, que precisou divulgar duas notas oficiais em menos de 24 horas para refutar a acusação de atuação política.

O caso se soma a outras polêmicas entre o ministro do STF e aliados de Bolsonaro, que já incluíram episódios como a frase "perdeu, mané".

Relembre momentos de embate entre Barroso e bolsonaristas.

1) Perdeu, mané

Em viagem a Nova York em novembro do ano passado, Barroso foi hostilizado por bolsonaristas que pediam golpe militar após o resultado das eleições de 2022. Em resposta a um manifestante, Barroso disse: "Perdeu, mané. Não amola".

Semanas depois, ele disse lamentar o episódio, mas que não se arrependia. Ele atribuiu a reação a um momento de perda de paciência com as "hordas de pessoas seguindo e xingando dos piores nomes possíveis".

2) Quartéis e extraterrestres

Durante palestra para estudantes em Salvador, em 25 de novembro, Barroso ironizou bolsonaristas ao repetir que era preciso respeitar o resultado das eleições de 2022. "O resultado tem que ser respeitado. Não adianta apelar para quartéis e não adianta apelar para seres extraterrestres. Isso é antidemocrático."

O ministro fez referência a parte dos eleitores de Bolsonaro que, depois da derrota do ex-presidente, acamparam em quartéis em vários lugares do país pedindo um golpe militar. Em Porto Alegre, alguns manifestantes haviam apontado lanterna dos celulares para o céu. O caso repercutiu nas redes sociais interpretado como um pedido de ajuda a extraterrestres.

3) Cerco em restaurante

Um grupo de bolsonaristas cercou um restaurante e a casa em que Barroso estava hospedado em viagem a Santa Catarina no dia 3 de novembro do ano passado.

O ministro precisou sair escoltado do restaurante em Porto Belo, no litoral do estado. Os manifestantes chamaram Barroso de "lixo", "ladrão" e "vagabundo", além de dizerem que "supremo é o povo" e "eleição não se ganha, se toma".

4) Forças Armadas

Em 24 de abril de 2022, Barroso afirmou que as Forças Armadas estavam sendo orientadas para atacar o sistema eleitoral, indicando seu uso político por Bolsonaro.

Além da reação de bolsonaristas, a frase gerou protesto do Ministério da Defesa, que se manifestou em nota classificando a alegação como irresponsável e ofensiva. Após o ocorrido, o ministro disse que não responderia à nota da pasta, mas que não se arrependia da declaração.

5) Xingamento

Em evento com apoiadores de Santa Catarina em 6 de agosto de 2021, Bolsonaro deu a entender que Barroso enviou pessoas para hostilizá-lo e chamou o ministro de "filho da puta". Mais tarde, voltou a atacá-lo, mas negando ser um ataque.

"Não ofendi nenhum ministro do Supremo, apenas falei da ficha do senhor Barroso, defensor do terrorista [Cesare] Battisti, favorável ao aborto, da liberação das drogas, da redução da idade para estupro de vulnerável. Ele quer que nossas filhas e netas de 12 anos tenham relações sexuais sem problema nenhum. Este mesmo ministro votou pelo direito das amantes", disse.

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