Lula diz que troca de ministro 'não é coisa absurda', mas nega pressa por reforma

Presidente afirma a rádios da Amazônia que essa questão pode ser definida na próxima semana

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Brasília

O presidente Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira (3) que vai realizar mudanças em seu governo, porque quer obter maioria para aprovar no Congresso Nacional as pautas que interessam a sua gestão.

O petista disse que as mudanças não podem ser vistas como uma "coisa absurda". Por outro lado, acrescentou que não tem pressa para promover as mudanças porque "não pode mexer uma peça errada"

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Presidente Lula durante cerimônia de retomada do programa Mais Médicos, no Palácio do Planalto - GAbriela Biló - 14 jul. 2023/Folhapress

Lula concedeu entrevista para um conjunto de rádios da região amazônica. O mandatário foi questionado sobre a perspectiva de uma reforma ministerial, para acomodar os partidos de centro e ampliar assim a sua base de apoio no Congresso.

"Nós vamos fazer ajustes no governo porque eu tenho interesse de construir uma maioria para que até o final de 2026 a gente possa votar as coisas importantes, de interesse do povo brasileiro. Por isso troca de ministro não pode ser vista como uma coisa absurda, como uma coisa menor (sic)."

"É uma coisa muito importante, nós temos partidos importantes que querem participar do governo, que querem fazer parte da base do governo, então nós vamos conversar com esses partidos", afirmou o presidente.

Lula disse não ter pressa para a troca e acrescentou que as mudanças não estão definidas, mas que haverá uma decisão sobre o tema na semana que vem.

União Brasil, PSD e MDB, foram contemplados na montagem da Esplanada, no fim do ano passado, com três ministérios cada um e hoje são pressionados a entregar mais votos ao governo em projetos na Câmara. Apesar do espaço ocupado, esses partidos têm alas dissidentes oposicionistas, o que acaba encolhendo o apoio a Lula no Congresso.

O governo Lula promoveu no mês passado a troca no Ministério do Turismo, seguindo pressão da União Brasil. A legenda, com peso nas votações importantes, em particular na Câmara, afirmava que não se sentia contemplada com Daniela Carneiro.

A ex-ministra tenta no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deixar a legenda e migrar para o Republicanos. A União Brasil então pressionou e obteve a troca, indicando o deputado Celso Sabino (PA). Apesar de já estar no cargo, o novo ministro toma posse oficialmente nesta quinta-feira (3).

O Planalto ainda discute novas mudanças, para atrair outros partidos de centro para a base do governo, em particular o Republicanos e o PP, a legenda do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

É considerado certo por membros do Planalto e do Congresso Nacional que o líder do PP na Câmara, André Fufuca (MA), e o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) serão nomeados ministros. Mas ainda não há consenso sobre quais pastas eles irão chefiar.

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