Descrição de chapéu Governo Lula forças armadas

Lula diz que militares se apoderaram do 7/9 e que data deixou de ser da sociedade

Declaração ocorre às vésperas de festividade em que governo busca reaproximação com militares e ligar a imagem à democracia

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Brasília

O presidente Lula (PT) afirmou nesta terça-feira (5) que os militares se apoderaram das festividades do Dia da Independência no Brasil, ao longo da história, em particular após as duas décadas da ditadura militar no país (1964-1985).

O presidente Lula em evento com militares em Brasília
O presidente Lula em evento com militares em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress

A declaração foi dada às vésperas do desfile militar, cujo evento vem sendo usado pelo governo para buscar uma reaproximação com as Forças Armadas e ligar a imagem delas com a democracia, após as desconfianças por conta dos ataques golpistas de 8 de janeiro.

"Todo o país do mundo tem na festa da independência uma grande festa. O que aconteceu no Brasil é que, como nós tivemos por 23 anos [21, na verdade] um regime autoritário, a verdade é que os militares se apoderaram do 7 de Setembro. Deixou de ser uma coisa da sociedade como um todo", afirmou o presidente.

"O que nós estamos querendo fazer agora, com a participação do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, é voltar a fazer um 7 de Setembro de todos. O 7 de Setembro é do militar, do professor, do médico, do dentista, do advogado, do vendedor de cachorro-quente, do pequeno e médio empreendedor individual", completou.

A declaração do presidente foi dada durante a gravação do Conversa com o Presidente, a sua transmissão semanal na internet.

O governo Lula vem apostando em uma cerimônia de 7 de Setembro para unir a população brasileira, amenizando o clima de polarização política. O slogan será democracia, soberania e união. As cores verde e amarela serão usadas como tentativa de mostrar que símbolos nacionais não foram capturados pelo bolsonarismo.

Com quatro processos tramitando no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o 7 de Setembro de 2022 pode levar Bolsonaro a mais uma condenação na seara eleitoral. A chapa perdedora é acusada de abuso de poder político e econômico e ainda de uso indevido dos meios de comunicação.

Em linhas gerais, o argumento é o de que Bolsonaro teria se aproveitado do ato em que participava como chefe de Estado, com uso de estrutura administrativa e de recursos públicos, em prol da campanha eleitoral.

O feriado da Independência de 2021, por sua vez, se transmutou em ápice do discurso golpista e antidemocrático do ex-presidente.

Na ocasião, Bolsonaro fez ameaças contra o STF (Supremo Tribunal Federal) diante de milhares de apoiadores em Brasília e São Paulo, exortou desobediência a decisões da Justiça e disse que só sairia morto da Presidência da República.

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