Bolsonaro diz que 8/1 prejudica ato antiaborto e chama ataque golpista de 'arapuca da esquerda'

Ex-presidente observou que praça em Belo Horizonte onde fez discurso em 2022 estava mais vazia neste domingo

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Belo Horizonte

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste domingo (8) em Belo Horizonte que os atos golpistas de bolsonaristas no 8 de janeiro foram uma "arapuca patrocinada pela esquerda".

A declaração foi dada durante concentração para passeata contra o aborto na praça da Liberdade.

Os ataques do 8/1 realizados em Brasília por apoiadores de Bolsonaro incluíram a invasão da Esplanada dos Ministérios e vandalismo nas sedes dos três Poderes. Neste domingo, Bolsonaro fez referência aos atos ao notar que a praça tinha menos gente do que em passagem anterior pelo local.

"Estivemos aqui no ano passado. A praça estava lotada. Creio que a diminuição no número de pessoas é pelo temor do que aconteceu em 8 de janeiro", disse.

Jair Bolsonaro durante ato contra o aborto em Belo Horizonte
Jair Bolsonaro durante ato contra o aborto em Belo Horizonte - Douglas Magno/AFP

No mês passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) condenou os primeiros três acusados pelo 8/1 por crimes como associação criminosa e golpe de Estado, com penas de até 17 anos de prisão.

"Brasileiros, patriotas, que foram manifestar, entraram em uma arapuca, numa armadilha patrocinada pela esquerda", afirmou Bolsonaro, sem explicar como isso teria ocorrido.

Declarado inelegível por oito anos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Bolsonaro inflamou seus apoiadores principalmente contra o STF ao longo de seu mandato.

Neste domingo, os manifestantes ocuparam parte da praça no ato contra aborto em frente ao Palácio da Liberdade. A PM de Minas não divulga estimativa de participantes.

Manifestantes na concentração antes da passeata mostravam faixas e cartazes contra a ADPF 442, que descriminaliza o aborto no país e está no STF à espera de julgamento.

Além dos cartazes, gritos de "quero ouvir de novo, supremo é o povo". Gestantes e crianças foram colocadas sobre um caminhão de som utilizado para discursos.

A maior parte dos manifestantes era formada por fiéis de igrejas evangélicas, como a do pai do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), e da igreja católica carismática do deputado federal Eros Biondini (PL).

O ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro cumpriram agenda em Belo Horizonte desde sexta (6). No primeiro dia, Bolsonaro almoçou com correligionários e participou de culto em igreja evangélica cujo pastor é o pai do deputado Nikolas Ferreira.

Bolsonaro também se encontrou com representantes do setor agrícola. No sábado (7), o ex-presidente tomou café da manhã com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

No mesmo dia, ele a ex-primeira-dama participaram de encontro do PL Mulher. Michelle é presidente da ala nacional do partido. Redes bolsonaristas reproduziram vídeos do ex-presidente em pelo menos dois restaurantes da cidade ao longo da tarde.

A passeata contra o aborto foi a última agenda do casal na capital mineira.

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