Bolsonaro encontra Zema e nega desavenças; Michelle provoca Janja

Inelegível após mentiras e ataques ao sistema eleitoral, ex-presidente diz que 'voltará muito mais forte'

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Belo Horizonte

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), se reuniram neste sábado (7) em Belo Horizonte, após duas semanas de reações de bolsonaristas a declarações do atual mandatário no Palácio Tiradentes.

Os dois tomaram café em uma padaria na Pampulha, região norte da capital, e negaram desavenças. "Não teve nenhuma briga. Da minha parte não teve problema nenhum. É comum, de vez em quando, termos posições diferentes, mas está tudo bem", disse Bolsonaro.

Declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por oito anos após mentiras e ataques ao sistema eleitoral em reunião com embaixadores em 2022, Bolsonaro afirmou depois, em um evento, que "voltará muito mais forte". "Viemos para ficar", discursou.

Zema postou, em sua rede social, fotos do encontro com o ex-presidente, que aconteceu após uma série de críticas de bolsonaristas a declarações do governador de Minas Gerais.

"Recebendo o presidente @jairbolsonaro em Minas. Com um cafezin e pão de queijo, todo mundo se entende!", escreveu Zema.

O governador mineiro Romeu Zema postou foto ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Crédito:  @romeuzema no Instagram
O governador mineiro, Romeu Zema, em foto postada ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro - @romeuzema no Instagram

A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, presidente nacional do PL Mulher, participou de encontro da legenda na cidade e provocou a atual primeira-dama, Janja da Silva, dizendo que ela tem vocação para "turistar".

Em 23 de setembro, Zema disse no Cpac 2023, encontro nacional de movimentos conservadores no Brasil organizado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que a direita no país precisava se unir.

Um dos assessores mais próximos de Bolsonaro, o ex-secretário especial de Comunicação Social Fabio Wajngarten, no mesmo dia, foi às redes sociais.

"Muito bacana esse papo de unir a direita, mas quando se olha a realidade, quem o propaga não mexe uma palha pela tal direita."

Novo embate ocorreu dias depois. Em encontro organizado pelo ex-governador de São Paulo João Doria, Zema disse que em Minas há 320 mil funcionários públicos e nenhum é seu parente. A declaração foi vista como indireta para Bolsonaro.

Um dos filhos do presidente, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), também nas redes sociais, afirmou que Zema é um liberal que gosta de aumentar imposto e fazer cara de idiota.

Sobre o aumento de impostos, Zema enviou à Assembleia e conseguiu aprovar projeto de lei que aumenta o ICMS para produtos chamados supérfluos pelo governo, entre os quais, telefone celular.

O ex-presidente ergue placa ao lado de dois aliados; todos usam terno e gravata
Em agosto, o ex-presidente recebeu o título de cidadão honorário de Minas Gerais na Assembleia de Minas Gerais - Luiz Santana/Divulgação Assembleia MG

Zema, no encontro deste sábado com o ex-presidente, afirmou esperar que a direita avance no ano que vem, nas eleições municipais. "O presidente vai estar atuando muito nas eleições municipais", disse.

Bolsonaro cumpre agenda desde sexta-feira (6) na capital mineira. Na chegada, foi questionado se apoiaria Zema em uma possível candidatura à Presidência em 2026. "Só discutimos 2026 depois de 2024", respondeu.

No encontro do PL, Michelle disse ter vocação para o trabalho, enquanto Janja teria para "turistar".

A provocação contra a mulher de Lula (PT) foi dada durante discurso em que falava sobre o que fazia quando era primeira-dama. Michelle disse que atuava na defesa de pessoas com doenças raras e surdos.

"Eu tenho vocação para isso, enquanto a atual tem vocação para turistar, para aumentar o seu álbum de fotos", disse.

Michelle disse ainda que o PT é o "partido das trevas". "Estamos vivendo um momento muito difícil. Vamos proteger o Brasil."

O ex-presidente discursou ao fim do encontro do PL em Minas e voltou a falar sobre Zema. "[É um] governador que pode ter seus defeitos, mas, no final, vem fazendo bom trabalho em Minas Gerais. Preferimos potencializar as virtudes do que possíveis equívocos."

O ex-presidente também leu uma nota sobre o conflito entre palestinos e israelenses. "Pelo respeito e admiração ao povo de Israel, repudio o ataque terrorista feito pelo Hamas, grupo terrorista que parabenizou o Lula quando venceu as eleições de 2022", disse.

"Para que a paz reine na região, lideranças palestinas precisavam abandonar o terrorismo e reconheça o direito de Israel de existir", afirmou.

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