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Operação da PF atinge mais uma opção de Bolsonaro contra Eduardo Paes no Rio

Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin, foi um dos pré-candidatos testados pelo PL após investigação que fragilizou Braga Netto

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Rio de Janeiro

A operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira (20) e que investiga atos da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no governo Jair Bolsonaro (2019-2022) atingiu mais uma opção do ex-presidente para a disputa eleitoral no Rio de Janeiro, sua base eleitoral, contra o prefeito Eduardo Paes (PSD).

O delegado Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal pelo PL-RJ, era o diretor-geral da Abin no período em que houve o suposto uso irregular de um sistema secreto de monitoramento de geolocalização de celulares, alvo da Operação Última Milha. Ele, porém, não foi alvo de mandados cumpridos.

O delegado Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal pelo PL-RJ, discursa ao tomar posse como diretor-geral da Abin - Adriano Machado - 29.abr.20/Reuters

"Rogamos que as investigações prossigam atinentes a fatos, fundamentos e provas, não se levando por falsas narrativas e especulações", escreveu em rede social o ex-diretor da Abin sob Bolsonaro, nesta sexta.

Ramagem passou a ganhar força no PL quando outra opção foi atingida também por uma operação da PF: o general da reserva Walter Braga Netto. A Operação Perfídia, deflagrada no mês passado, apura fraudes em compras do Gabinete de Intervenção Federal, comandado pelo ex-ministro de Bolsonaro.

O ex-chefe da Abin e Braga Netto foram 2 dos 3 nomes incluídos nas pesquisas do PL-RJ para preparar a definição do nome para enfrentar Paes. O terceiro foi o senador Carlos Portinho, atualmente o que tinha menos chances de ser escolhido.

Uma quarta opção do ex-presidente é o general da reserva Eduardo Pazuello, também deputado federal. Sua pré-candidatura, porém, não tem sido considerada viável na sigla.

Dentro do PL, a avaliação é de que qualquer candidato apoiado por Bolsonaro é viável para chegar ao segundo turno no Rio de Janeiro, cidade em que o ex-presidente venceu Lula na eleição presidencial no ano passado.

Contudo, a indefinição e investigações sobre os nomes do PL-RJ têm embaralhado a oposição a Paes e estimulado o lançamento de novas pré-candidaturas à direita.

Além de Portinho, os deputados Rodrigo Amorim (PTB-RJ) e Otoni de Paula (MDB-RJ) são os que já deixaram pública a intenção de disputar o cargo. Outros ainda se movimentam nos bastidores.

"Eu, Otoni e Portinho estamos tendo um diálogo muito cordial. É necessário entender como fazer a oposição a Eduardo Paes. A nossa dúvida é qual o melhor volume de candidatura para isso. O que não podemos permitir é que o segundo turno seja a esquerda contra a esquerda", disse Amorim.

O deputado se refere a um possível segundo turno entre Paes (a quem ele descreve como de esquerda, em razão do apoio de Lula) e o deputado Tarcísio Motta (PSOL), escolhido como pré-candidato em disputa interna da sigla.

Amorim tem o apoio do presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (PL-RJ). Os dois avaliam uma migração para o União Brasil a fim de obter mais estrutura para uma possível campanha na capital.

Outra opção é o deputado dr. Luizinho (PP), ex-secretário de Saúde da gestão Cláudio Castro (PL-RJ). O governador apoiava o nome do PP até ele deixar a pasta para assumir a liderança do partido na Câmara dos Deputados. O distanciamento do aliado da capital levou Castro a avaliar outra opções.

Uma das aventadas é do ex-deputado Índio da Costa. Apesar de filiado à União Brasil, ele está distante da política local e tem pouca viabilidade entre aliados.

Dentro do PP, o deputado Marcelo Queiroz observa os movimentos da oposição para avaliar se entra na disputa. Internamente, ele apresenta como argumento o fato de ter sido o deputado da sigla mais votado na capital. Ele conta com a simpatia do ex-governador Sérgio Cabral.

A equipe de Castro também não descarta uma possível adesão à reeleição de Paes. O movimento, brusco em relação à aliança com Bolsonaro no ano passado, dependeria de acordo bem desenhado em torno de aliança para o pleito de 2026, quando o governador pretende disputar o Senado.

Paes observa a movimentação da oposição e busca minar os adversários e dissidentes. Ele espera contar com o apoio do presidente Lula para garantir uma aliança com o PT. Petistas cobram a vaga de vice-prefeito da chapa, mas Paes tem resistido a se comprometer com isso.

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